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Vereador Deberaldini emprega a mãe em Ribeirão Pires
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
16/02/2003 | 19:39
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O vereador Cláudio Deberaldini (PL) emprega a mãe, Ilaice de Lima Beraldini, de aproximadamente 60 anos, como assessora legislativa B – um cargo comissionado que, de acordo com o relatório de cargos e salários da Câmara, recebe R$ 400 mensais. O nome de Ilaice está no quadro de funcionários há cerca de um mês.

A contratação de parentes para os gabinetes não é proibida por lei e nem contraria o regimento interno da Câmara. Além disso, funcionários que não quiseram se identificar afirmam que dona Ilaice comparece regularmente ao trabalho. Deberaldini foi procurado na sexta-feira para comentar a contratação, mas não retornou as ligações.

O gabinete de Deberaldini não é o único que contrata familiares para cargos comissionados. Cinco dos 15 vereadores recorrem ao expediente neste momento. Entre os 38 funcionários comissionados da Câmara de Ribeirão há pelo menos seis familiares ou parentes próximos. Por categoria de proximidade com o parlamentar, há desde mãe até sogra, passando por filhos e cunhados.

O assessor técnico de gabinete (R$ 1.730) César Augusto Adriano é filho do vereador José Maria Adriano (PMDB). O gabinete do vereador Gilson Hamada (PL) também emprega o filho dele, Vitor Rodrigues Hamada, como assessor legislativo (R$ 824), e a cunhada, Eliana Hamada, como assessora técnica de gabinete (R$ 1.730).

Tem parente também no gabinete do vereador João da Silva Lessa (PV), que emprega a filha Katia Regina Lessa como assessora técnica de gabinete (R$ 1.730). Katia exerce a mesma função que a sogra do vereador José Nelson de Barros (PL). O gabinete do mesmo vereador também emprega a cunhada dele, a assessora legislativa (R$ 824) Maria José do C. de Paula.

Os vereadores foram procurados na sexta-feira para falar das contratações, mas não foram encontrados em seus gabinetes ou pelo celular. Manoel Justino de Brito Filho (PFL) foi a exceção. Ele afirmou que não tem relação de parentesco com nenhuma de suas três funcionárias: a assistente técnica de gabinete (R$ 1.730) Elaine Vieira e as assistentes legislativas (R$ 813,23) Nildete Regina Umbelino e Nadilma Leite Dias. “Pelo que me consta, não emprego parente, mas quem tem boca fala o que quer. O ônus da prova não é meu”, afirmou. Manoel Justino afirmou que, conceitualmente, não contrataria um profissional por ser parente, mas acha que se houver competência para exercer o cargo não há nada de errado na contratação.

O presidente da Câmara de Ribeirão Pires, Edson Savietto (PT), o Banha, afirmou que a contratação de parentes ou pessoas próximas dos vereadores não garante privilégios, porque todos são submetidos a controle de presença.




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