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Diretório do PMDB de Mauá está sub judice
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/08/2011 | 07:57
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Fernando Dantas/DGABC


 

O processo de intervenção liderado pelo diretório estadual do PMDB que culminou com a dissolução da executiva do partido em Mauá, em junho, ainda está longe de atingir seu desfecho. Inconformados com a destituição, ex-integrantes da cúpula municipal foram à Justiça para tentar anular o ato e retomar suas funções no partido.

Entre os movedores da ação, protocolada no Fórum João Mendes, na Capital, estão o então suplente e ex-secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil de Mauá Norberto Galvano e o vice-presidente deposto, Denílson Martins da Silva. Embora não conste como um dos que assinam o documento, o ex-presidente do PMDB municipal Paulo Bio foi quem articulou a medida.

"Decidimos que o melhor caminho seria tomado coletivamente, mas para mim é difícil porque o PMDB sempre foi o meu partido", diz o ex-comandante. Bio foi substituído por José Carlos Orosco Júnior, marido da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), que aglutinou forças no diretório estadual da sigla para conquistar a intervenção.

Um dos argumentos utilizados para os destituídos retomarem seus postos está o fato de, no dia do julgamento que determinou a intervenção, a petição que pediu a destituição, que se baseava no fraco desempenho do PMDB de Mauá nas urnas, ter sido desconsiderada. Bio alega que, ao rebater a versão, o presidente estadual da legenda, deputado Baleia Rossi, revelou que a decisão estava sendo tomada por acordo com Vanessa, sua colega na Assembleia - a reunião foi gravada.

O elemento novo fugiu do contexto da petição. Os movedores da ação alegam que não tiveram direito à ampla defesa e que o diretório estadual, formado por comissão provisória, possui como única responsabilidade organizar o partido para constituição de novo diretório, e não liderar intervenções em diretórios municipais. O disposto consta no estatuto do PMDB.

Outro ponto discordante arrolado na ação é o fato de Vanessa ter votado no processo de intervenção, que era de seu interesse. Após conquistar o diretório, Orosco transferiu a sede do partido para sua casa, na Vila Bocaina. O grupo de Bio explora na ação o fato dele não estar filiado ao PMDB no momento da posse.

 

EMBATE

José Carlos Orosco disse que ainda não foi notificado sobre a ação e que irá "tomar pé" do documento antes de fazer considerações. Mesmo assim, ele atacou Paulo Bio com veemência. "O que está acontecendo é que o Bio queria vender o partido para o Clóvis (Volpi, PV - prefeito de Ribeirão Pires) e para o Oswaldo (Dias, PT - prefeito de Mauá) e nós não deixamos. Ele emitiu o boleto e não tem como pagar a fatura", acusou.

A declaração é em virtude da recente proximidade do ex-mandatário da sigla com os chefes dos Executivos. Vanessa Damo não retornou aos contatos da equipe do Diário.




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