A tarde azul e ensolarada de ontem ganhou mais força com as cores da 7ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), que foi realizada na região central de Santo André. Organizada das 13h às 18h, o evento atraiu o mesmo número de participantes de 2009, cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar. Durante a folia, não houve registro de violência, só um atendimento médico por embriaguez.
Como o esperado, o trânsito ficou prejudicado nas avenidas D.Pedro II e Industrial e nas ruas das Figueiras, das Monções e Manoel da Nóbrega. A operação de segurança foi feita por 200 policiais.
A expectativa de atrair 50 mil participantes não foi concretizada, embora para os organizadores, sempre divergentes da polícia quanto aos números, o evento tenha reunido 20 mil pessoas.
Segundo organizador do movimento, Marcelo Gil, 43 anos, a parada tem como objetivo buscar o respeito da sociedade e conquistar a igualdade. "Viemos aqui para pedir menos violência contra os homossexuais e lutar por todos os direitos que temos como cidadãos."
Para a estudante Amanda Rodrigues, 18, o evento é uma oportunidade de chamar a atenção da sociedade em relação à questão da homofobia nos dias de hoje. "Não sofro preconceito em casa e gostaria de ter o mesmo respeito nas ruas. Quem sabe a violência contra os homossexuais não diminua na região após a parada."
O andreense Yago Steiningrer, 17, desabafou: "Cansei de sofrer preconceito, quase fui agredido. Vim até aqui para apoiar a causa e falar que somos todos iguais".
Houve também quem compareceu para se divertir e até comemorar a estada no País, caso da transformista Valentine Scaf, 20. "Voltei de Portugal há dois meses, vim até aqui para comemorar e curtir a festa."
Mas até mesmo os curiosos arriscaram sair de casa para cair na folia. "Nunca fui a nenhum evento parecido. Estou achando tudo bem animado. É importante uma festa como esta acontecer, pois é preciso haver mais respeito com o próximo", disse a fonoaudióloga Fernanda de Oliveira Souza, 47. "O que interessa é ser feliz e o amor na relação, independentemente de quem seja", complementou a também fonoaudióloga Márcia Regina Teles, 46.
Folia banaliza reflexão sobre direitos dos homossexuais
"Evento como este deveria ser chamado de ‘Fervo Gay' , pois as pessoas vêm até aqui para se divertir e não para pensar em como lutar pelos direitos diante da sociedade", reclamou a apresentadora oficial da Parada LGBT, Lully Fashion.
Segundo a transformista, para que haja respeito aos homossexuais, é preciso consciência de que deve haver posicionamento atuante e sério no dia a dia. "Temos que ser exemplo para a família e lutar sempre pelos nossos direitos. Pensar só em festa é besteira".
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