Mas o que resta de seu poder, após sua longa ausência, será posto à prova, uma vez que ele deve convencer os albano-kosovares a esquecer seus desejos de vingança contra os sérvios.

"Sim, eu sou o presidente", disse Rugova ao sair da Albânia com destino a Kosovo. Mas ele acrescentou que voltava "para trabalhar junto à comunidade internacional" com o objetivo de reconstruir Kosovo.

"Estou muito contente de estar de volta em um Kosovo livre e de fazer parte da reconstruçao da vida econômica e democrática", disse Rugova.

Centenas de pessoas gritaram "Rugova! Rugova!" e enfeitaram com flores quase todos os povoados pelos quais ele passou antes de chegar à capital de Kosovo, Pristina. Cerca de 1.500 pessoas aplaudiram quando Rugova cumprimentou o chefe da administraçao das Naçoes Unidas em Kosovo, o brasileiro Sergio Vieira de Mello. Rugova estava acompanhado pelo embaixador americano na Macedônia e enviado especial a Kosovo, Christopher Hill.

Rugova, que é um pacifista moderado, pode ser a força que a ONU precisa para conseguir o apoio da maioria albanesa em Kosovo. A ausência de um líder em Kosovo tem dificultado o funcionamento da administraçao das Naçoes Unidas.

Apesar de ter conquistado extra-oficialmente a presidência de Kosovo em duas eleiçoes nao sancionadas pela comunidade internacional, a popularidade de Rugova tem diminuído desde seu exílio.

Sua imagem se viu deteriorada por fotos que o mostravam apertando a mao do presidente iugoslavo Slobodan Milosevic durante a guerra, e por seus comentários que insinuando uma posiçao conciliadora quando estava em prisao domiciliar durante a ofensiva sérvia. Rugova disse que seus comentários foram feitos sob coaçao.

Durante o exílio de Rugova, o líder do Exército de Libertaçao de Kosovo, Hashim Thaci, tentou tirá-lo do cargo para se tornar o único líder dos albano-kosovares.