"Nossa preocupação é que os sacrifícios de aves de criação não estejam acontecendo tão rápido como seria necessário para conter o vírus na região", advertiu a FAO em um comunicado.

"A erradicação do vírus da gripe das aves nos países asiáticos afetados depende, em grande parte, do sacrifício em massa das aves de curral", alertou a entidade.

Os técnicos da FAO consideram que o método mais eficaz para acabar com a doença (também conhecida como gripe do frango), altamente contagiosa, é o sacrifício em massa, afirmou Hans Wagner, do departamento de saúde e produção animal, que teme que os pequenos e médios produtores dos 10 países afetados não apliquem a medida por causa da pouca compensação financeira que recebem.

"Muitos pequenos produtores sobrevivem graças à venda de ovos e frangos nos mercados locais. O medo de ficar sem frangos e sem indenizações é um fato real que os governos e a comunidade internacional devem abordar urgentemente", afirmou o especialista da FAO.

Os países mais pobres precisam de assistência técnica e econômica da comunidade internacional para conseguir abordar o problema de maneira adequada, destaca a entidade. Segundo dados da FAO, mais de 25 milhões de aves foram sacrificadas até o momento.

A agência das Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram que a propagação do vírus na Ásia constitui uma ameaça "sem precedentes" para a saúde humana e para a produção avícola.

O diretor-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf, pediu aos países mais desenvolvidos que ajudem os países pobres afetados pela doença.

Os cientistas temem que se a epidemia não for erradicada rapidamente, o vírus sofra uma mutação e se combine com o da gripe humana, o que poderia provocar uma catastrófica epidemia mundial.