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Led Zeppelin sem pudor
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
17/11/2009 | 07:00
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Divulgação


Se os Beatles escreveram a cartilha artística do rock nos utópicos anos 1960, o Led Zeppelin redefiniu parâmetros e consolidou o componente mítico do gênero na década posterior. Provas dessa afirmação podem ser encontradas na recém-lançada e definitiva biografia "Led Zeppelin - Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra" (Larousse, 552 págs., R$ 99), do jornalista britânico Mick Wall.

Resultado da íntima convivência do autor com os roqueiros e de criteriosa pesquisa, o livro expõe excessos, fraquezas e aspectos obscuros da trajetória de Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonzo Bonham. A empreitada do quarteto começou em 1968, sob o comando do guitar hero Page, conhecido músico de estúdio e ex-integrante do Yardbirds - celeiro de virtuoses como Eric Clapton e Jeff Beck.

Decidido a criar um grupo que conciliasse popularidade, performances vigorosas e experimentalismo, o guitarrista testou diversos instrumentistas até chegar à formação ideal. Antes de adotarem o nome Led Zeppelin (em português, Zeppelin de Chumbo), criado pelo baterista do The Who, Keith Moon, apresentavam-se como New Yardbirds.

‘PLÁGIOS' E LOUCURAS - Ao analisar a obra do Zeppelin desde o primeiro e homônimo álbum lançado em 1969, o autor aborda sem cerimônia a extensa lista de supostos plágios praticados pela banda. A soturna Dazed and Confused, por exemplo - em que Page produzia ruídos fantasmagóricos na guitarra com arco de violino - teria sido usurpada do cantor e compositor Jake Holmes. Já Communication Breakdown foi escrita, segundo o jornalista, a partir de Nervous Breakdown, de Eddie Cochran.

Nada disso impediu o Zeppelin de vender milhões, criar sua identidade musical e influenciar gerações posteriores, inclusive pelas loucuras que cometia. No auge do sucesso, em 1973, sob a tutela do empresário troglodita Peter Grant, o grupo contratou uma senhora inglesa cuja única função era fornecer cocaína.

O baterista Bonham - que morreu em 1980, após consumir enroladinhos de presunto e o equivalente a 40 doses de vodca com suco de laranja - superava os demais no quesito destruição. Em sua rotina, era comum rasgar a roupa de um assistente em público e andar de moto no corredor de um hotel.

Cansado das insanidades da vida na estrada, o pacato baixista John Paul Jones chegou a pedir demissão em 1974, mas foi convencido a voltar atrás.

O livro descreve as orgias promovidas em hotéis, o episódio em que Bonhnam introduziu peixe em uma groupie e as preferências sadomasoquistas de Page, que sempre viajava com chicote.

O interesse do guitarrista pelo ocultismo e o fascínio que tinha pelo polêmico mago Alester Crowley também são analisados.




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