Novamente fatos lamentáveis aconteceram entre torcidas rivais de times paulistas. Desta vez, as cenas de selvageria aconteceram ontem em São Bernardo, mais precisamente entre os kms 17 e 18 da Via Anchieta, por volta das 12h. A causa de toda a confusão teria sido emboscada de aproximadamente 150 palmeirenses com carros e motos, armados com enxadas, pedaços de madeira, rojões e facas, para parar dois ônibus que levavam torcedores santistas ao Estádio do Pacaembu, local do clássico entre as equipes.

Até a noite de ontem, o saldo do confronto, segundo a Polícia Militar, havia deixado um palmeirense morto e outros quatro feridos, sendo dois em estado grave, além de mais quatro palmeirenses presos no 2º DP de São Bernardo, localizado no bairro Rudge Ramos: Jeverson José dos Santos, 24 anos, Leandro Nóbrega Martins, 22, Cecílio Cocuzzi Neto, 26, e Marivaldo dos Santos, 34.

O torcedor que morreu é Leonardo da Mata Santos, de 21 anos, natural do Jardim Turquesa, de São Paulo. Ele teria sido atropelado por um Audi, que também tinha integrantes da torcida santista e acompanhava os ônibus. Um dos gravemente feridos foi levado pelo helicóptero Águia da Polícia Militar para o Hospital das Clínicas em São Paulo. Os outros três foram encaminhados para o Hospital Central de São Bernardo e Mário Covas, em Santo André. Dos feridos, dois continuam internados em estado grave: Anderson Ricardo Figueiredo Veras, 25, e Marco Ramon Souza Rocha, 34.

A briga interditou a pista central da Via Anchieta no trecho de Planalto, no km 17, no sentido São Paulo, entre 12h e 14h. O bloqueio causou lentidão porque o tráfego precisou ser desviado para a pista marginal, que estava congestionada entre o km 21 e o km 17. Por volta das 14h30, porém, a Concessionária Ecovias informou que a situação estava normalizada.

Outro torcedor envolvido na confusão teria sido baleado. De acordo com relatos de testemunhas, ele foi atingido quando estava no chão por disparos que saíram de dentro de um Meriva, que também acompanhava os dois ônibus.

Segundo o delegado de plantão do 2º DP de São Bernardo, Ivan Parisotto, não houve registro desse torcedor baleado. “Até o momento ninguém deu entrada nos hospitais com ferimento de arma de fogo”, disse.

A confusão foi grande e houve corre-corre. Ainda segundo testemunhas, alguns torcedores palmeirenses teriam pulado o muro e invadido escola localizada na via Anchieta para fugir da polícia, que suspeita que a emboscada foi um troco dos palmeirenses por causa da briga com os santistas, que armaram confronto na descida da Serra no jogo do primeiro turno na Vila Belmiro, no dia 17 de julho. Na ocasião, integrante da Mancha Alviverde acabou ferido.

“Sempre tem vingança entre torcedores, mas não temos nada de concreto”, declarou o tenente Mauricio Bijarta, do 1º Batalhão de Polícia Rodoviária, que estava no local da confusão.
(Colaborou Yara Ferraz)

Tenente lamenta o não pedido de escolta

O confronto de ontem entre os torcedores do Palmeiras e do Santos na Via Anchieta foi, sem dúvida, planejado como vem acontecendo nos últimos anos. No entanto, para evitar esse tipo de briga entre integrantes de torcidas, na maioria das vezes a Polícia Militar é acionada e consegue êxito.

Por isso, o tenente Mauricio Bijarta, que trabalhou no episódio de ontem, lamenta o fato de a torcida santista não ter pedido ajuda policial durante a viagem com destino ao Estádio do Pacaembu, na Capital.

“Os santistas subiram a Serra sem escolta e isso deve ser investigado”, declarou Bijarta, que também fez questão de falar a respeito da atitude desses torcedores. “Sinceramente, não dá para entender o que passa na cabeça desses torcedores. Eles saem de casa com rojões, pedras, entre outras coisas, e fazem essas atrocidades só porque aquele torce para outro clube, sem se preocupar com outras pessoas”, finalizou.