Estimular o desenvolvimento da agricultura familiar e, ao mesmo tempo, possibilitar a ampliação de mercado para a indústria automobilística nacional estão no foco do programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Com esse objetivo, o ministro Laudemir Muller assinou ontem, em São Paulo, convênio com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de cooperação para o segmento vender veículos de carga e tratores e oferecer capacitação tecnológica para os produtores, dentro do programa Mais Alimentos. Já havia acordo firmado, que vencia neste ano, entre a associação com o governo, e agora houve a renovação até 2017.

Com juros reduzidos (de 1% a 2% ao ano) e outras condições facilitadas (três anos de carência para começar a pagar e prazo de dez anos de financiamento), a iniciativa já conseguiu, desde que foi criada (em 2008) comercializar 80 mil tratores e 48 mil veículos de carga a esse público, formado por pequenos sitiantes com renda anual inferior a R$ 100 mil, para projetos de compras de R$ 150 mil – que são acessadas por meio dos bancos comerciais.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, destaca que o programa aproxima a demanda dos agricultores e a oferta de tecnologia. Atualmente, 3 milhões de agricultores já acessam esse tipo de crédito. E a procura tem crescido. No plano safra de agricultura familiar 2014 (de junho de 2013 ao mesmo mês deste ano) foram comercializados 25.035 caminhões e picapes, enquanto no mesmo período anterior foram em torno de 15 mil.

Durante o evento de assinatura do acordo, o ministro assinalou também que essa atividade rural responde por mais da metade dos alimentos consumidos no País.

O vice-presidente da Anfavea, Marco Antonio Saltini, reconheceu a importância desse segmento, que favorece o acesso do produtor à troca de veículos. “É um caminho adicional de venda”, disse.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, também elogiou o incentivo. “Apoiamos iniciativas que valorizam as compras orientadas pelo conteúdo nacional (fabricados no País), que é o que defendemos”, afirmou.