Pedetista alega que lideranças petistas forçaram a barra para sua saída
Prefeiturável do PDT na eleição de 2012, Raimundo Salles oficializou ontem sua exoneração do governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT). O pedetista deixou a Secretaria de Cultura, Pasta a qual comandou por 22 meses, ao alegar boicote interno. Segundo ele, lideranças petistas “forçaram a barra” para sua saída, porém poupou Grana. “Ele é exceção, tenho ótima relação. Já o PT não sabe conviver com o contraditório. Sabota 24 horas por dia seus aliados.”
Salles justificou que teve autonomia por pouco tempo na Prefeitura, mencionando, inclusive, corte de recursos na Pasta. “Foram apenas 11 meses que me senti feliz. Depois disso, percebi incômodo. A responsabilidade do rompimento é de pessoas do PT. Especialmente Alberto (Alves de Souza, titular de Planejamento) e Carlão (Carlos Sanches, que deve assumir posto de adjunto de Governo)”, disse. Devido ao entrevero, funcionários do Paço celebraram a saída com fogos de artifício.
Com a exoneração, Salles anunciou apoio ao postulante do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, e já se coloca como pré-candidato à Prefeitura de Santo André em 2016. O pedetista sinalizou estreitar ligação com o deputado federal eleito Alex Manente (PPS). “Ele vai assumir a presidência estadual do PPS (alinhado ao projeto tucano). Vou acompanhá-lo de todas as formas”, afirmou, evitando comentar seu futuro partidário. “Analisarei o quadro.”
Grana ponderou que se esforçou na tentativa de manter Salles pelo menos até o fim do processo eleitoral e desta forma recompor possíveis conflitos internos. Por outro lado, para o petista, o então aliado “foi irredutível”. “Pedi para que (o pedetista) esperasse (encerrar o período de segundo turno) visando corrigir problemas alegados, uma série de queixas dentro da administração. Porém, ele disse que precisava se posicionar politicamente agora. Então aceitei o pedido (de exoneração).”
O secretário de Governo andreense, Arlindo José de Lima (PT), ocupará temporariamente o cargo, acumulando as funções. Braço-direito de Grana, Arlindo sustentou que a saída “faz parte do jogo”. “Salles é agente político, sempre demonstrou sonho (em ser prefeito). Encaro como natural por conta dessas características.”
OPOSIÇÃO
Aliado de Salles, o vereador Cosmo do Gás (PDT) deve seguir caminho do correligionário na Câmara. “Quem quiser ficar comigo tem de ser contrário (ao governo)”, finalizou Salles. O ex-prefeiturável aguarda mesmo alinhamento com Bispo Ronaldo de Castro (PRB), eleito na coligação pedetista.
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