Na última coluna, vimos que nem sempre o plural das nossas palavras é feito com o simples acréscimo de s. Pode-se acrescentar es (mar/mares, raiz/raízes) ou m (ele impõe/eles impõem). Pode-se mudar o acento (ele retém/eles retêm, ele intervém/eles intervêm) ou simplesmente colocar um acento (ele tem/eles têm, ele vem/eles vêm).

Os casos não param por aí. Há outros, como o de fútil, cujo plural é fúteis, feito com a troca de il por eis, o que é bastante comum (inútil/inúteis, fóssil/fósseis). Também são comuns os casos de plurais como o de amável, em que o l é substituído por is (amável/amáveis). Na verdade, não é preciso ficar preocupado em memorizar esses detalhes. Você acaba aprendendo esses plurais na prática: no dia a dia, no uso efetivo, na leitura.

É preciso tomar cuidado com casos particulares, como o do substantivo mal, cujo plural é males ("Existe cura para esse mal?"; "Há solução para esses males?"), ou o de mel, que admite dois plurais (meles ou méis).

Vamos voltar aos verbos, com exemplos práticos. O plural de põe é põem: "Por que você nunca põe as coisas no lugar?"; "Por que vocês nunca põem as coisas no lugar?". Com os verbos repor, depor, supor etc., a situação se repete: "A testemunha depõe"; "As testemunhas depõem".

Merece destaque o verbo ter, em cujas flexões não se dobra a vogal e. Não existe teem, assim como não existe têem. Veem existe, mas não se pode confundir com vêm. Veja este exemplo: "Sempre que vêm aqui, meus amigos veem como as coisas progridem nesta cidade". Percebeu? Vêm é do verbo vir; veem, do verbo ver. O plural de "ele vem" é "eles vêm"; o de "ele vê" é "eles veem".

Para encerrar, convém citar as formas creem, deem e leem. Veja estes exemplos: "Eles não creem no que digo"; "Espero que elas deem importância a isso"; "Elas leem pelo menos um livro por semana". É bom tomar cuidado, mas não é preciso desesperar-se. Não é fácil aprender logo tudo isso. Aos poucos, lendo e escrevendo, você chega lá. No próximo domingo, a gente volta. Até lá.