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Em Diadema, Lula diz que imprensa é ‘a grande oposição’

Durante atividade de campanha de Padilha, ex-presidente ataca mídia brasileira e elite: ‘Há raiva porque o pobre hoje viaja de avião'

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
03/10/2014 | 07:15
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Marina Brandão/DGABC


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que “o grande partido de oposição hoje ao PT é a imprensa brasileira”. O discurso foi realizado em Diadema, durante atividade de campanha de Alexandre Padilha, candidato petista ao governo do Estado.

“Fazem isso porque os partidos políticos não conseguem fazer”, acrescentou Lula, que por pouco mais de uma hora percorreu as ruas do Centro do município, em carreata, acompanhado pelo candidato ao Senado Eduardo Suplicy (PT). Mais uma vez o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), abandonou o expediente para pedir votos aos postulantes petistas.

Em cima do caminhão de som, o ex-presidente atacou a imprensa, com base em pesquisa divulgada pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que acompanha manchetes de jornais de grande circulação. Segundo Lula, neste ano, o levantamento observou mais notícias negativas da presidente Dilma Rousseff (PT) do que seus principais oponentes na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB) e a ex-senadora Marina Silva (PSB). “É fato que preciso contar para que as pessoas saibam que a perseguição que o PT sofre é descomunal. Eu achei que era pessoal comigo, mas com a Dilma é muito pior”, considerou.

Segundo Lula, a imprensa é quem determina os inimigos no Brasil. “Não existe liberdade de imprensa. No País, tem umas nove famílias que comandam esses veículos de comunicação e definem quem é inimigo, o que é bom ou ruim”, explicou.

O ex-chefe da Nação ainda recorreu a discurso populista, alegando que a “perseguição” ocorre por conta da filosofia do PT, que “beneficia os mais pobres”. “A elite tem raiva em ver que o pobre pode viajar de avião hoje e comer picanha em vez de carne de pescoço e pé de frango”, inflamou.
Lula também abordou a postura petista nos últimos tempos, reconhecendo que houve erros “O PT tem defeito? Tem. É como uma casa com três ou quatro filhos. Tem um mais bonzinho e outro mais capetinha. Contudo, aqueles do nosso partido que erraram nós mesmos os punimos”, comparou.

Nas vezes que assumiu o microfone, Padilha buscou discursos ofensivos ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Aqui em Diadema tem o Hospital Estadual do Serraria e o Alckmin fechou leitos. Vem administrando muito mal, sem priorizar o atendimento à população”, opinou. O postulante demonstrou otimismo. Mesmo na distante terceira posição nas pesquisas de intenções de voto, o ex-ministro da Saúde cravou: “Estaremos no segundo turno”.

A atividade foi marcada por presença razoável de público e pela garoa constante. Lula distribuiu inúmeros autógrafos e ainda comeu um pastel após passar em frente a uma feira local. 




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