Política Titulo Roubo
Silvestre contradiz
sócio no caso da mala

Dono da empresa São José confirma envio de dois dos
seis seguranças privados à Sosp oito dias após crime

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
24/02/2012 | 07:37
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Proprietário da construtora São José, o empresário Mauro Silvestre contradisse em depoimento no Ministério Público, dia 14, a versão de seu sócio, Alberto Jorge Filho, vítima do roubo no estacionamento da Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Santo André. Ao contrário de Alberto, Silvestre admitiu envio ao local de dois dos seis seguranças privados dentro de sua Land Rover, blindada, oito dias após o crime, confirmando oitivas de funcionários do estacionamento.

Para passar em branco frente aos holofotes da imprensa, o empresário compareceu à Promotoria Pública na terça-feira, data do segundo dia de julgamento de Lindemberg Alves, condenado a 98 anos e dez meses de prisão pela morte de Eloá Pimentel, no Fórum de Santo André. A manobra serviu para desviar-se de questionamentos da imprensa. O empresário pediu para o depoimento não ser comunicado por supostamente ocasionar indevida exposição pública.

Na oitiva, Silvestre alegou que o veículo foi conduzido por funcionário de 20 anos da empresa, conhecido como Paulo. Segundo ele, o empregado solicitou a Land Rover de uso pessoal, eventualmente por falta de outros carros da empresa naquele mesmo horário, para retirar uma planta da área, na qual vai funcionar megaempreendimento residencial e comercial da empresa Horizon 2, braço da São José, que será erguido na Avenida Industrial, 780.

Alberto, por sua vez, assegurou, à época, que foi até a Sosp no dia do roubo para desembaraçar junto ao secretário de Obras, Alberto Casalinho, contrapartida de R$ 2,25 milhões exigida pela Prefeitura por conta do projeto. Porém, nas duas oportunidades de ingresso na Pasta, ninguém saiu com o material pretendido.

Silvestre justificou a cessão dos seguranças para, na saída da secretaria, Paulo buscar seu filho na escola. Os contratados para fazer a segurança particular, segundo Silvestre, não eram da São José, por isso, apesar da proximidade com o sócio, ele não tinha ciência dos profissionais. Mesmo assim, demonstrando certa incoerência, sustentou que "tem certeza de que Alberto não continha R$ 70 mil na mala no momento do roubo".

O valor subtraído foi citado por funcionários do estacionamento que disseram ter ouvido a referência do roubo. O sócio argumentou que havia um computador e R$ 3.000 para despesas pessoais.




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