Política Titulo Articulação
Região influenciará
na reforma política

Deputado Paulo Teixeira, do PT, pede apoio de diretórios
do Grande ABC para acelerar a votação no Congresso

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
29/04/2013 | 07:40
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Após o Congresso enterrar a discussão sobre reforma política, o deputado federal Paulo Teixeira (PT) articula apoio dos sete diretórios municipais petistas no Grande ABC para fortalecer a campanha - lançada no dia 12 - por assinaturas e levar a pauta como um projeto de iniciativa popular. O petista avaliou que apoio da região deve influenciar o restante do Estado para chegar ao número de, pelo menos, 1,5 milhão de adeptos.

"O Grande ABC sempre foi uma região de opinião política. Se conseguirmos mobilizar trabalhadores e sindicatos em portas de fábricas isso vai refletir na Capital e no restante dos Estados. Estou conversando com os presidentes daqui (diretórios das sete cidades) para fortalecermos a campanha", explicou Teixeira. A cúpula planeja distribuir os formulários pela região armando gabinetes nos centros comerciais e nas saídas de grandes empresas. Meta específica de signatários para a região, no entanto, não foi estabelecida.

O debate sobre reforma política foi oficialmente esvaziada, de novo, no começo do mês. Após dois anos de trabalho, o relatório produzido pelo deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) gerou divergências entre todos os partidos representados na Câmara, incluindo o PT, legenda do relator.

O posicionamento petista foi fundamental para a derrocada da proposta, visando blindar a presidente Dilma Rousseff (PT) de eventuais atritos com aliados. A mesma investida para mudar as leis eleitorais foi orquestrada em 2007, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e também naufragou.

O modo adotado pelo PT para não deixar a discussão morrer foi abrir a campanha por assinaturas e criar o projeto popular. "Uma vez que o projeto chega com a força da população, ele é votado. Tomamos como exemplo o da Lei da Ficha Limpa (matéria que barra candidatos com problemas na Justiça, que surgiu de iniciativa popular)", comentou Teixeira. A ideia é criar uma constituinte exclusiva que seja analisada pelos eleitores junto da eleição presidencial do ano que vem.

Quatro pontos da reforma foram substanciais para encerrar a discussão. O financiamento público das campanhas eleitorais, para evitar influência econômica no pleito - ponto defendido pelo PT -, desagradou, principalmente, a bancada peemedebista. Os petistas reclamaram da proposta de candidatos ao Legislativo serem feitas em lista aberta e queriam lista fechada. Nesses moldes, a cota de votos na sigla é dividida pelo quociente eleitoral para saber o número de cadeiras do partido.

A bandeira dos tucanos pelo voto distrital, em que determinadas regiões escolheriam seus representantes, ficou de fora. O PPS se posicionou contrário à unificação das eleições, que ocorrem de dois em dois anos, alternando entre municipais e nacional.

Para William Dib, governo federal enterrou a proposta

Primeiro vice-presidente da Comissão Especial da Reforma Política no Congresso Nacional, o deputado federal William Dib (PSDB-São Bernardo) sustentou que a União enterrou de vez as expectativas de o projeto ser aprovado e valer para a eleição de 2014.

Segundo o tucano, o alto comando do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) manobrou, juntamente com as bancadas do PT e do PMDB, para que os principais itens do projeto não fossem apreciados pela Casa.

"Com essa atitude, o governo joga por terra as esperanças de que haja uma evolução no processo eleitoral para 2014", avaliou o parlamentar.

Dib criticou também o texto final do relator do processo, deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), avaliando que o petista se debruçou somente na mudança do financiamento de campanha. "Já dizia que o relator apresentou um projeto incoerente por tentar agradar todas as correntes. O único ponto que realmente importava para ele era o financiamento público e exclusivo de campanha, mas nem isso passou", considerou.

"O Brasil perde muito. O relatório poderia muito bem ser aperfeiçoado pelo conjunto dos deputados reunidos no plenário. Mas a presidente (Dilma) disse que faria o diabo (pela votação do texto). Corrijo essa situação afirmando que ela já está fazendo o diabo para garantir a sua reeleição." (colaborou Raphael Rocha)

 

 




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