Política Titulo Rejeição
População reprova a criação de mais cadeiras

Equipe do Diário ouviu munícipes da região sobre novos
vereadores e constatou que a maioria é contra a medida

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
11/08/2011 | 07:53
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A equipe do Diário saiu às ruas para ouvir a população do Grande ABC sobre o aumento no número de vereadores e constatou que a intenção dos atuais parlamentares desagrada à maioria. Muitos lembraram que a verba que será destinada ao pagamento dos novos vereadores poderia ser aplicada em melhorias para o município.

"Estão abusando com o dinheiro público. Esse valor poderia ser investido em Saúde, Educação e lazer para a população. Ter mais vereador não vai mudar nada para nossas vidas", comentou a dona de casa Célia Lúcia de Morais, moradora de Diadema, cidade que estuda ter 23 parlamentares a partir de 2013.

A aposentada Ladir Puga, de Santo André, também reclamou da escassez de recursos para setores primordiais do Poder Público. "Pelo salário que eles (vereadores) ganham já tem bastante, é só trabalhar direitinho que daria para dar conta. O dinheiro que viria a ser gasto pode ir para Saúde, que está precária, pois não tem remédio, exame só na fila."

O pensamento é compartilhado pela pedagoga aposentada Maria Elisabete Napolitano, de São Caetano. "Vai ser mais gente para ficar nas asas do governo e os contribuintes vão pagar por isso. Salário do trabalhador não sobe nem 10%. O dinheiro deveria ser colocado para investimento na cidade". São Caetano já aprovou aumento para 19 vereadores.

A falta de produtividade dos representantes eletivos da região também foi bastante citada como argumento para rejeitar a criação de novas cadeiras. "Não sei se os atuais fazem alguma coisa para justificar as vagas. Não vejo resultado nenhum dos que estão aí. Aumentar para quê?", questionou Valquíria Rosa, assistente fiscal de São Bernardo. O município poderá ter 28 parlamentares

Outro ponto questionado foi a má utilização dos impostos arrecadados. "Eles só legislam ao bel-prazer. Aumento não acrescenta representatividade. Já que o governo reclama de recursos escassos, essa verba que seria utilizada pode ir para diminuição de impostos. Podemos sugerir aumento de vereadores caso fosse baixado o salário deles", afirmou a empresária Ivete dos Santos, de Santo André. "Pagamos muitos impostos e não vemos melhorias nos setores públicos. Não creio que aumentar cadeiras vai trazer benefícios para a cidade", endossou Solange Ribas dos Santos, operadora de telemarketing de Diadema.

Em Ribeirão Pires e Mauá, cidades que aprovaram 17 e 23 parlamentares, respectivamente, a medida não foi bem aceita. "Eles não cumprem com a função deles, que é fiscalizar. Ficam dependendo de favores do prefeito e não fazem o que está na lei, que é fiscalizar o Executivo. Fazem mais o social do que ser vereador", ressaltou Sérgio de Castro Leão, de Ribeirão Pires.

"É uma polêmica muito complicada. Acredito que quem tem força de vontade de trabalhar, dá conta do trabalho. Quando a gente quer, a gente faz. Não vejo necessidade para tanta gente. Fico com pé atrás com político, por isso acho desnecessário", opinou Odete Ferreira de Lima, também de Ribeirão Pires. "O dinheiro que será gasto para manter esse pessoal a mais deveria ser aplicado em outras coisas, principalmente em Saúde, que na cidade anda bem precária a situação", comentou Rosa Ivete Pereira de Souza Silva, moradora de Mauá.

FAVORÁVEIS - Embora muitos munícipes tenham se posicionado contrariamente ao acréscimo de cadeiras nos Legislativos, algumas pessoas concordaram com a inclusão de novos vereadores nas Câmaras.

"Acho que poderia aumentar sem problema, mas é necessário que os vereadores tenham qualidade, pois é disso que precisamos. O que importa é qualidade e não a quantidade. Se vier para somar e melhorar, não vejo porque não aumentar", justificou Athaíde dos Santos, de Rio Grande da Serra, cidade que pensa em adotar 13 parlamentares.

"Sou a favor. Não acompanho muito, mas o pessoal daqui (Alvarenga) diz que eles estão fazendo um bom trabalho", disse Severina Maria da Silva, aposentada de São Bernardo. (Colaboraram Beto Silva, Fábio Martins e Cynthia Tavares)




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