Entre 2023 e 2024 débito consolidado saltou de R$ 429.016.526,86 para R$ 824.918.339,70, indica relatório de prestação de contas apresentado nesta sexta-feira
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Atualizada às 10h52 do dia 1/3/25
A gestão do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSD) ‘explodiu’ os cofres da Prefeitura de São Caetano e deixou para o governo sucessor, do prefeito Tite Campanella (PL), dívida consolidada de R$ 824.918.339,70. O montante divulgado ontem na Câmara em Audiência Pública da Fazenda, referente ao terceiro quadrimestre de 2024, mostra que o valor é 92,28% superior aos R$ 429.016.526,86 atingidos até 31 de dezembro de 2023.
O balancete foi apresentado a quatro mãos. Paulo Rossi, secretário da Fazenda, contou com a ajuda da colega e ex-titular da Pasta Stefânia Wludarski, atual secretária de Governo.
A contabilidade também demonstrou que as finanças sofreram forte deterioração nos quatro últimos meses do governo Auricchio, quando foram entregues obras inconclusas ou com problemas na execução dos projetos. Na lista constam o Centro Educacional, Esportivo e Cultural do Bairro Mauá, a UBS-Escola Centro, o Pronto Cardio e o Parque Linear Kennedy.
Na prestação do segundo quadrimestre de 2024, encerrado em 31 de agosto, a dívida consolidada era de R$ 402.535.790,74 contra os R$ 824.918.339,70 acumulados entre setembro e dezembro, alta de 105%.
Entre os 11 vereadores na Audiência Pública, estava a oposicionista Bruna Biondi (Psol), mas apenas Getúlio de Carvalho Filho, o Getulinho (União Brasil), perguntou aos secretários sobre o os problemas no caixa. “O que aconteceu com a dívida consolidada que dobrou de valor de um ano para o outro? A que se deve isso? Como explicar? Quais os principais fatores ou responsáveis pela disparada dos números?”, indagou.
Rossi, sem se aprofundar nas respostas, atribuiu o rombo no caixa a dois fatores. “A dívida consolidada líquida sofreu evolução com a CAF (Confederação Andina de Fomento - banco interamericano que emprestou R$ 173,4 milhões à cidade) e questões ligadas a precatórios. Por isso se faz necessária a reforma administrativa para atender as necessidades e corrigir distorções”, apontou.
Stefânia, responsável pelas finanças na gestão Auricchio, minimizou os impactos nas contas da Prefeitura. “Quando falamos que teve evolução da dívida consolidada a partir da CAF ou outra operação, houve aporte financeiro executado, que tem efeito positivo para a sociedade. Quando há evolução de precatórios, não é bom”, opinou.
Entretanto, fontes ligadas à Fazenda de São Caetano garantiram ao Diário que no ano passado o empenho com a CAF girou entorno de R$ 40 milhões, o que não dobraria a dívida no período apurado.
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