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Terça-Feira, 16 de Abril de 2024

Política
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Supersalários
Teto salarial na Câmara de S.Bernardo entra em debate

Projeto de parlamentar governista estipula vencimento de prefeito como limite de remuneração

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
10/03/2021 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Projeto que prevê estabelecer o valor do salário do prefeito – cargo exercido hoje por Orlando Morando (PSDB) – como limite dos vencimentos dos servidores que atuam na Câmara entrará em discussão no plenário do Legislativo. Atualmente, o salário de Morando é de R$ 30.625,77 ao mês. O debate surge depois de o Diário denunciar pagamento de supersalários na casa.

A proposta é de autoria do vereador governista Almir do Gás (PSDB). Há pressão de alguns parlamentares para que proposta neste sentido seja apreciada de forma célere. A pauta da ordem do dia fica a critério do presidente da casa, Estevão Camolesi (PSDB). Somente com a folha de janeiro, a Câmara gastou cerca de R$ 75 mil com a quitação de benefícios adicionais a 12 funcionários.

De acordo com o teor do projeto, o objetivo é colocar limite nos vencimentos, especificamente aos servidores que recebem benefícios como as verbas de representação e de função gratificada, que acabam turbinando os rendimentos dos colaboradores.

“Nessa perspectiva, e com esteio em recentes posicionamentos jurisprudenciais, o presente projeto de lei faz com que sejam computadas, para efeito de observância do teto remuneratório do artigo 37, inciso 11, da Constituição da República, a função gratificada a que se referem os artigos 32 e 34 da lei número 6530, de 9 de março de 2017”, sustenta Almir do Gás, na proposta. O tucano baseia parte do conteúdo do texto em norma da Constituição, que já delimita o valor do contracheque do chefe do Executivo como teto salarial do funcionalismo público. A ideia é que a legislação municipal possa coibir novos casos internos.

“Infelizmente (a norma da Constituição Federal) aqui em São Bernardo isso não tinha efeito, já que há precedentes na mesa diretora. O que acaba pesando são (os valores) as gratificações e os salários acabam ficando maiores do que o do prefeito”, avaliou Almir, ao admitir que a propositura pode ser apreciada na sessão de hoje. “Não há motivo para que o Camolesi não paute o projeto na sessão de amanhã (hoje)”, afirmou o parlamentar.

O tucano se refere, no caso, à servidora Suely Duarte de Matos, que recebeu salário de R$ 36.212,28 como procuradora legislativa. O vencimento de Suely acaba sendo turbinado, pois recebe benefício de função gratificada no valor de R$ 8.210,19 por atuar na mesa diretora. No mês passado, entretanto, o presidente do Legislativo afastou a servidora da mesa, após o Diário mostrar que a situação era inconstitucional. Desta forma, Suely deixou de ganhar o benefício adicional em sua remuneração.

Ainda dentro deste contexto, o vereador Fran Silva (PSD) protocolou, por exemplo, projeto que pede a extinção dos benefícios sob alegação de “moralizar” a casa. Já o parlamentar Glauco Braido (PSD) requereu informações sobre o pagamento dos benefícios. Procurado, Camolesi não se pronunciou sobre a possibilidade de colocar a proposta para análise na plenária de hoje nem se avaliou o teor integral da matéria. 




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