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Progressistas e conservadores se equilibram em conselhos tutelares

Pleito contou com baixa participação popular; menos de 4% do eleitorado compareceu às urnas

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
08/10/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Filas, desinformação, baixa adesão da população e equilíbrio – nas duas maiores cidades – entre grupos progressistas e conservadores marcaram a eleição para conselheiros tutelares no Grande ABC no último domingo. Menos de 4% dos eleitores aptos da região (mais de 2 milhões de pessoas) compareceram às urnas.

Em um pleito que normalmente é dominado por grupos ligados às igrejas católicas e evangélicas, candidatos de grupos progressistas – oriundos de partidos de esquerda e/ou de movimentos sociais – conquistaram espaço e, em municípios como Santo André e São Bernardo, por exemplo, vão ocupar metade das vagas para o próximo mandato, de 2020 a 2023.

Em Santo André, 9.000 pessoas participaram. Dos 15 conselheiros, cinco foram reeleitos. Sete deles são ligados a grupos progressistas. A Prefeitura afirmou que não houve intercorrências durante o pleito, realizado por cédulas manuais. Segundo informações de candidatos e eleitores, mudanças promovidas pela comissão responsável pela eleição, como redução de número de escolas, e alterações promovidas pelo próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que reduziu de dez para seis as zonas eleitorais, ocasionaram desinformação sobre o local da votação.

Em São Bernardo, em ao menos três escolas o sistema eletrônico de votação caiu ainda no período da manhã. Segundo a administração, foi restabelecido por volta do meio-dia. Enormes filas se formaram e pessoas desistiram. Em alguns locais, foi preciso recorrer à votação manual, ainda de acordo com a Prefeitura, para agilizar o processo. Ao todo, 11.113 eleitores participaram do pleito e, dos 15 eleitos, oito são ligados a partidos de esquerda e movimentos sociais. Sete foram reeleitos.

São Caetano também registrou longas filas e teve 1.812 participantes. Duas das cinco conselheiras foram reeleitas. Em Diadema, dez dos 15 eleitos são ligados ao governo e às igrejas. Três são de grupos progressistas e, dois, relacionados a partidos da oposição.

Em Ribeirão Pires também foram registradas filas e confusão por conta de mudanças das zonas eleitorais de eleitores que haviam feito o cadastro biométrico. Não houve candidatos reeleitos e 2.359 pessoas participaram da votação. Já Mauá contou com 22.697 eleitores participantes e seis conselheiros se reelegeram, a maioria ligada a vereadores da cidade.

Rio Grande da Serra não forneceu informações até o fechamento desta edição.

Campanhas nas sete cidades são impulsionadas por grupos governistas

Advogado e integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Ariel de Castro Alves avaliou que o equilíbrio de forças entre os grupos progressistas e conservadores se deu em diversas cidades pelo País, mas que ainda é grande o número de conselheiros, eleitos com apoio de prefeitos e vereadores governistas.

“Esperamos que não ocorram cisões e disputas em detrimento aos direitos das crianças e adolescentes. Cada conselho tutelar é formado por cinco conselheiros que devem atuar como órgão colegiado. Exceto nas urgências e emergências, as decisões sobre os encaminhamentos devem ser discutidas e decididas coletivamente”, pontuou.

Alves lembrou que os conselhos no Grande ABC já foram redutos de setores de esquerda ligados aos movimentos sociais e as pastorais da Igreja Católica, mas os setores conservadores e das igrejas neopentecostais ganharam força nas últimas eleições.




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