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"A entrevista nao existiu, é simplesmente um cozido de outras entrevistas antigas", disse Licínio Rios, editor da Sexy. "Nós também fomos enganados, mas fizemos o que era possível: reconhecemos o erro publicamente", disse Rios, que fez publicar quarta-feira anúncios em jornais pedindo desculpas aos leitores da revista e a Chico Buarque pelo ocorrido.
Mara Magaña disse que gostaria de falar com Chico e pedir-lhe desculpas pelo que fez. Mas acrescentou que nao sabe por que inventou uma entrevista inteira. "Se eu tivesse uma explicaçao, eu juro que te daria", afirmou a jornalista.
A assessoria de Imprensa do cantor informou que Chico considera que a retrataçao pública de Sexy "nao serve como moeda de troca". Ele continua tratando do assunto com seus advogados e a possibilidade de um processo nao está descartada.
Segundo a assessoria, Chico ainda quer saber qual a responsabilidade da revista no caso. A entrevista "costura" declaraçoes antigas do cantor, mas também adiciona o que chama de "tempero" da repórter, o que deixou Chico irritado.
Na entrevista inventada, há diversos lugares-comuns que o cantor julga de mau gosto. "Nos últimos anos, os negros vêm assumindo postos, querendo mostrar sua cultura, sua belíssima música - veja a Bahia; todo menino e menina tem a música na alma", diz o texto. "Meu netinho (Francisco) já mostra este frenesi, essa malemolência necessária. Amo isso. Essa é nossa cara".
Licínio Rios diz que a jornalista de Sexy tinha um "currículo exemplar" e que, durante algum tempo, foi-lhe dado o "benefício da dúvida".
Mas a farsa da entrevista foi desmontada após uma investigaçao rápida. Chico estava de férias, e sua assessoria tinha informado - em troca de e-mails - a Mara Magaña que nao seria possível entrevistas nos próximos seis meses.
Rios comparou o caso com o da jornalista americana do Washington Post que ganhou um Pulitzer com uma reportagem sobre consumo de drogas no Harlem. A reportagem era inventada e o jornal devolveu o Pulitzer. "Nao estou querendo defender uma reportagem apócrifa, mas reconhecemos o erro publicamente, e isso quase nunca acontece no Brasil", afirmou.
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