Política Titulo Exercício de 2018
TCE rejeita contas de Admir à frente da Câmara de Mauá

Excesso de comissionados na casa e inexecução contratual motivaram reprovação dos balancetes

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
01/06/2021 | 01:32
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/ DGABC


O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregulares as contas da Câmara de Mauá referentes ao exercício de 2018, ano em que a casa era presidida pelo vereador Admir Jacomussi (Patriota). A decisão poderá deixar o parlamentar inelegível e surge em momento em que o filho, o ex-prefeito Atila Jacomussi (SD), enfrenta revés semelhante.

Na semana passada, a primeira câmara do TCE aprovou o voto do conselheiro Sidnei Beraldo, que citou dois pontos para justificar a rejeição: excesso de cargos comissionados e irregularidades em contrato celebrado pela casa naquele ano. De acordo com o conselheiro, sob a presidência de Jacó, o Legislativo mauaense contratou empresa para realizar serviços de proteção de incêndio, mas “constatou-se série de inexecuções com inúmeros serviços inconclusos e não entregues”.

No ano passado, o Diário revelou que a Câmara de Mauá, então sob o comando de Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), cobrou publicamente da empresa M.A.G. Comércio, Recarga de Equipamentos contra Incêndios e de Segurança Predial Eireli, sediada em Mauá, devolução de R$ 122 mil por calote. Na ocasião, a casa também declarou a firma inidônea para licitar ou contratar com o poder público.

Quanto ao quadro de apadrinhados, o tema é corriqueiramente motivo de rejeição de contas de presidentes da Câmara mauaense. Em 2017, Jacó liderou reforma administrativa que reduziu significativamente o total de comissionados e que mexeu no critério de escolaridade para ocupação dos cargos. O TCE, porém, entendeu que a legislação aprovada naquele ano não resolveu os problemas apontados. “Naquele exercício (2018), dos 136 cargos em comissão ocupados, 105 estavam providos por servidores sem formação universitária”, criticou Beraldo.

Ao Diário, Jacó contestou a decisão do TCE e adiantou que vai recorrer. “É lamentável. Eu conduzi uma reorganização administrativa que diminuiu 70 cargos comissionados e que cortou pela metade o número de assessores – de oito para quatro por gabinete. Fiz todo esse processo em acordo com o Ministério Público, que foi consultado e que concordou com as mudanças”, argumentou Jacó, que ainda terá de pagar multa de R$ 2.909.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;