Bradesco e Itaú, dois dos bancos mais ativos no crédito imobiliário decidiram elevar para 25 anos o prazo de financiamento voltado para a compra da casa própria.
Tal decisão vem num momento único. O setor de habitação registra desempenho acima do comum, como a muitos anos não se via.
Para esse segmento do mercado, prazo maior é fundamental, pois os projetos são de longo prazo e mais anos para pagar significam menores valores nas prestações mensais, em que pesa o fato de o juro ainda estar alto.
Exatamente por isso, a primeira pergunta que vem à mente é: mais prazo, prestação menor, mas com juro alto, quanto fica o preço final do bem?
A experiência mostra que no setor automotivo, que já dá prazo de até 72 meses para aquisição dos veículos, o preço final do carro representa três a quatro vezes mais que o valor do bem à vista.
O Diário pediu à Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) para contabilizar esse efeito e, segundo Miguel de Oliveira, diretor-executivo de pesquisa econômica da entidade, o valor pago ao final de um financiamento de 25 anos equivale a 150% a mais se o mesmo imóvel fosse financiado em apenas cinco anos.
EXEMPLOS
Um imóvel de R$ 100 mil, com prestação fixa de R$ 2.285,56, custará, por cinco anos, R$ 137.133,6.
Financiado por 15 anos, com mensalidades iguais de R$ 1.278,43, chega a R$ 230.117,40. Por 25 anos, e com mensais fixas de R$ 1.142,92, o consumidor paga R$ 342.876.
O exemplo mostra que a prestação mensal no contrato de 25 anos é 49,99% menor que no contrato de cinco anos. Porém, o valor final do bem cresce 150,03%.
Ou seja, dá para comprar dois imóveis e meio. Comparado ao preço à vista, dá para adquirir 3,4 imóveis.
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