Câmara instalou ontem, após um mês, CPI para investigar acordo com firma de tucano
O MP (Ministério Público) de Diadema instaurou inquérito civil para investigar contrato do governo do prefeito Lauro Michels (PV) com a construtora Contex, cujo dono é ligado a políticos próximos do verde. Paralelamente, a Câmara oficializou ontem, após um mês de morosidade, CPI para apurar irregularidades neste acordo.
A denúncia, revelada com exclusividade pelo Diário no dia 13 de março, envolve convênio de R$ 148 mil, celebrado pelo Paço em 2014, com a empresa Azyal Construções Civis, também conhecida como Contex, para reformas em telhados de quatro ginásios municipais.
Dono da firma, Jerri de Souza é filiado a um dos principais partidos da base de Lauro, o PSDB, e foi assessor do ex-vereador José Dourado (PSDB), defensor da gestão Lauro na Câmara. Sua mulher, Solange Oliveira Souza, foi funcionária comissionada no gabinete de Zé Dourado entre 2009 e 2010.
Além disso, a suspeita é de que a firma seja fantasma, uma vez que a construtora não possui sede própria – o endereço cadastrado na Junta Comercial paulista remete a várias casas de aluguel, inclusive a de Jerri, todas de propriedade do tucano. Também está na mira das investigações a possibilidade de os serviços contratados e pagos não terem sido executados. Funcionários do ginásio Ayrton Senna, no Centro, relataram ao Diário que não houve intervenções no local. Secretário de Esportes à época, Antônio Marcos Ferreira, o Marquinhos da Liga, disse que a firma não foi contratada para trocar as coberturas dos equipamentos, mas para realizar “pequenos reparos”.
Não houve concorrência plena na contratação. A firma foi admitida por meio de carta-convite.
NO LEGISLATIVO
Praticamente um mês depois de o pedido de abertura de CPI ser protocolado, a Câmara autorizou ontem a instauração oficial das investigações. O atraso se deu porque o vereador Companheiro Sérgio Ramos da Silva (PPS), líder do bloco que integra sua sigla e o DEM, demorou para indicar representante para a comissão – designou na segunda-feira o correligionário Jeocaz Coelho Machado, o Boquinha. Também farão parte do grupo Cícero Antônio da Silva, o Cicinho (PRB), que presidirá as apurações, Talabi Fahel (PV), Sérgio Mano (PSB) e Orlando Vitoriano (PT), provável relator.
“Na quarta-feira deverá ser publicada a instauração e, se der tudo certo, na sexta faremos a primeira reunião”, antecipou Cicinho.
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