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S.Bernardo protesta contra aumento da tarifa
Andressa Dantas
Especial para o Diário
11/01/2013 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Cerca de 60 pessoas, entre estudantes e trabalhadores do ABC, reuniram-se ontem no Paço Municipal de São Bernardo e seguiram em marcha que passou pelo terminal João Setti e ruas do centro, em protesto contra o aumento de ônibus na cidade.

Outras marchas já foram orquestradas na região, e na semana passada o grupo reuniu mil pessoas em Mauá. A ação pretende reverter os valores cobrados pelas passagens, assim como conquistado em cidades como Florianópolis, Vitória, Teresina, Aracaju e Natal.

De acordo com o estudante de história Caio Martins, 18, representante do Movimento Passe Livre, o aumento da tarifa de ônibus vai contra os direitos dos cidadãos.

"Necessitamos de transporte público para nos locomovermos pela cidade. Seja para ir à escola, ao trabalho ou ao lazer. O nome transporte público remete à um serviço oferecido à população, e não a um meio de enriquecimento de empresas", destacou Martins.

Os estudantes confrontam o aumento da tarifa com base em estudo divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2003, que revela que cerca de 37 milhões de brasileiros não conseguem pagar o valor cobrado pelo uso do transporte público no País.

A representante do Movimento Mulheres em Luta, Iraci Lacerda, 40, vai além e cobra um posicionamento sobre quais melhorias são feitas com o aumento da tarifa.

"Os valores aumentam todo ano, e continuamos nos espremendo entre outros passageiros, sem contar as horas que passamos esperando por uma condução, fator que se agrava no período noturno", reclamou Iraci.

Para a líder do movimento feminino, o transporte público também é responsável por colocar as mulheres em diversas situações de risco. "As mulheres são alvo constante de assaltos e abusos, e quando ficamos muito tempo à espera de condução, à noite, estamos nos expondo à riscos desnecessários. Além disso, a maior parte das mulheres têm salários menores do que os homens o que dificulta ainda mais bancar esses aumentos abusivos".

Os manifestantes declararam que as ações organizadas por empresas e apoiadas pelas prefeituras refletem a falta de interesse pela população. "É um desrespeito e uma vergonha. Isso só acontece porque políticos e empresários não tem a menor noção do que é viver com um salário mínimo no Brasil", declarou a estudante de psicologia Beatriz Nonaka, 20.

Os movimentos na região continuam no final de semana, e no próximo sábado, 12, haverá manifestação na cidade de Mauá.




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