A campanha surpreendente da Seleção Brasileira no Campeonato Mundial Feminino de Handebol anima, mas também faz com que o sinal de alerta seja ligado. O grupo comandado pelo dinamarquês Morten Soubak passou invicto pela primeira fase da competição e, amanhã (17h30), no Ginásio do Ibirapuera, encara a Costa do Marfim pelas oitavas de final da competição.

As brasileiras sabem que ainda é preciso evoluir para estar entre as melhores do mundo. Para a ponta-direita Alexandra, a equipe tem apresentado falhas recorrentes, que devem ser corrigidas. "Temos cometido muitos erros táticos e de finalização. Cada detalhe é muito importante, nosso objetivo é manter 60 minutos de concentração", disse.

Alexandra, poupada na última rodada, é a principal referência do ataque brasileiro. Em quatro jogos, a ponta canhota marcou 25 gols e briga pela artilharia da competição. No entanto, a camisa três prefere mostrar cautela. "Para o ego é muito importante ser artilheira, mas no fim o que conta é a vitória. Não adianta fazer vários gols e a equipe sair derrotada", comentou.

Outra atleta brasileira que tem se destacado é a meia-esquerda Fernanda Amorim, a Duda. A armadora foi fundamental na virada sobre as francesas, quando o time perdia por sete gols, pelo ótimo trabalho de base na defesa. Apesar da boa fase, ela não se diz satisfeita com o desempenho na competição. "Sempre temos problemas, nunca está perfeito. Precisamos melhorar para os próximos jogos porque, no Mundial, não tem time fácil", afirmou.

O grau de exigência e a cautela das atletas deve-se à linha de trabalho do técnico europeu. "Minha filosofia é muito mais baseada na nossa própria equipe do que no adversário. Só assim buscaremos regularidade", afirmou Soubak.

Esta foi a primeira vez na história que o Brasil fechou a fase inicial de um Mundial no topo de sua chave.

A Seleção bateu Cuba, Japão, França (atual vice-campeã mundial), Romênia (terceira colocada no Campeonato Europeu de 2010) e Tunísia.

O melhor resultado da seleção feminina em Mundiais foi um sétimo Lugar, em 2005, que pode ser superado desta vez, já que teoricamente a equipe terá um adversário mais fraco nas oitavas.