O governo deverá mudar as regras de indexaçao do Plano Real, que proíbem reajustes de preços em intervalos inferiores a um ano, para tornar viável o programa das termelétricas (usinas elétricas movidas a gás). Os contratos que orientarao o reajuste tarifário destas usinas deverao autorizar o repasse trimestral do custo cambial dos insumos e matérias-primas importadas, de acordo com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier.

Para o governo, a importância e a emergência do assunto justificam a decisao. Em fevereiro, o presidente Fernando Herinque Cardoso lançou o Programa Prioritário de Termeletricidade, que prevê a construçao de um total de 56 usinas térmicas a gás até 2004. Juntas, elas terao capacidade de gerar 17 mil megawatts (MW) de energia.

Os primeiros contratos para construçao de termelétricas nao enfrentaram problemas, porque a Petrobrás atuou como agente financeiro, emprestando em moeda nacional. Já os contratos para as usinas previstas para 2002 dependem de investimentos estrangeiros. Os bancos internacionais nao estavam dispostos a bancar o financiamento, temerosos quanto a desequilíbrios financeiros das empresas que elevassem o risco do investimento.