Mais um ano sinfônico tem início na região com a abertura da temporada de concertos da Orquestra Sinfônica de Santo André, hoje, às 15h, no Parque Pignatari. As apresentações deste ano terão a cara do público. A seleção do repertório passeia por clássicos de todos os tempos que são a preferência dos ouvintes da formação do maestro Carlos Moreno.

É um afago nos fãs e, segundo o regente, a maneira de afirmar a missão artística do grupo com as qualidades versatilidade e alto nível de execução.

"É uma temporada imperdível, feita especialmente para o público", comenta Moreno, que lista entre a menina dos olhos da plateia a 'Abertura 1812', do russo Tchaikovsky.

"Essa foi pedida por muitas pessoas no camarim. Vamos apresentar também O 'Imperador' e a '5ª Sinfonia de Beethoven', O 'Concerto para Piano nº 2' de Chopin, além de bastante Tchaikovsky", completa.

Para abrir a temporada, miscelânea de estilos, com 'No Belo Danúbio', de Strauss Filho; 'Abertura Vittòria', de Carlos Moreno; 'Dança Húngara nº 5', de Brahms; 'Finlândia', de Sibelius; 'Abertura' de 'O Guarani', de Carlos Gomes; e 'Marcha Radetzky', de Strauss. Leve e aprazível programação para uma tarde no parque.

PRÓXIMOS MOVIMENTOS
A lista que inclui pepitas como 'Concerto para Violino em Ré Maior', de Korngold (maio); 'Concerto para Fagote', de Weber (julho); a 'Tosca' de Puccini (agosto); e 'Concerto nº 2 para Piano', de Rachmaninov - com Arnaldo Cohen de solista (dezembro), traz ainda noite de "jazz sinfônico", em outubro, com Villa-Lobos, Piazzola, Jorge Antunes e Cyro Pereira na seleção.

O desafio, para o maestro, é mostrar a competência nessa confluência de ritmos e clássicos. "Às vezes uma orquestra toca bem Beethoven e não executa bem Villa-Lobos. Atingimos o nível máximo, com repertório de grandes orquestras. O momento é de desafio. Vamos mostrar com alto nível composições consagradas e ecléticas", diz Moreno.

Orquestra Sinfônica de Santo André - Concerto. Hoje, às 15h. Na Chácara Pignatari - Avenida Utinga, 136 - Santo André. Grátis.


Vera Cruz sem definições

A temporada ainda é de indefinição para os músicos da Filarmônica Vera Cruz de São Bernardo. No ano passado, eles encerraram expediente sem saber se voltariam. A Prefeitura se mostrou a favor da continuidade do projeto, mas não esboçou apoio financeiro. A formação de Júlio Medaglia, que está aprovada na Lei Rouanet, espera recursos privados para gerir a temporada.

"Estamos em contato com duas empresas de automóveis, mas ainda não conseguimos nada. Vamos nos reunir com a Secretaria de Cultura nos próximos dias", revela Medaglia.

Entre os músicos, o clima ainda é de incerteza. Cancelado o contrato do ano passado, ainda não houve renovação para este. Sem apoio de empresas, e sem o ‘sim' da Prefeitura para dar continuidade ao projeto com orçamento municipal, a Orquestra Filarmônica Vera Cruz não é, para alguns de seus integrantes, algo que se possa considerar concreto para esta temporada.

"Estamos apreensivos. Já temos programação pronta, mas não a liberação para começar. Ao que parece, o poder público é favorável ao projeto, mas ninguém fez nada até agora", diz um dos artistas do grupo, que preferiu o anonimato.

SEMANA QUE VEM
Em São Caetano, a Filarmônica do maestro Sérgio Assumpção volta ao batente nos dias 3 e 4, no Teatro Paulo Machado de Carvalho. A formação inicia os trabalhos voltada para os clássicos russos. Glinka, Glière e Mussorgsky serão a atração. Vinte apresentações estão previstas no maior teatro da cidade, em dez diferentes repertórios. Com os concertos didáticos, feitos em escola do município, o grupo somará 42 apresentações.