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Contradições levaram à prisão de Gomes da Silva
Do Diário do Grande ABC
17/01/2004 | 16:20
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O empresário Sérgio Gomes da Silva foi denunciado pelos promotores do Gaerco de Santo André por “homicídio triplamente qualificado:

1) prática de assassinato;

2) pagamento para execução do crime;

3) impossibilidade de defesa da vítima”.

Silva teve sua prisão decretada pelo juiz de Itapecerica da Serra, Luiz Fernando Migliori Prestes. Ele foi preso no dia 11 de dezembro último. Ficou uma noite no DHPP e no dia seguinte, 12 de dezembro, foi transferido para a Cadeia Pública de Juquitiba, onde se encontra detido.

Em uma entrevista coletiva, concedida pouco antes de ser preso, o empresário jurou inocência, disse que nunca mandaria matar seu melhor amigo – a quem qualificou de “irmão” – criticou o inquérito dos promotores, que ele chamou de “inquisitorial”, e acusou os promotores de terem jogado sua vida “na lata do lixo”.

Durante a entrevista, Gomes da Silva chorou diversas vezes e chegou a afirmar que gostaria de ter morrido no lugar de Celso.

A prisão do empresário foi decretada com base em uma série de evidências que a promotoria coletou ao longo de sua investigação. Em seus depoimentos à polícia, o empresário teria caído em contradições. Silva disse, em depoimento, que foi obrigado a parar o carro, depois que o pneu furou, mas a perícia indica que a Pajero não rodou com o pneu desinflado.

A perícia mostrou que nenhum disparo atingiu a Pajero, enquanto o veículo estava em movimento; só foi achado um cartucho no local e nenhuma bala atingiu as casas na rua onde houve o arrebatamento, o que é algo inusitado, no entender da promotoria, depois de tantos tiros.

Outra contradição: Silva disse não ter visto a fisionomia dos criminosos, mas mesmo assim fez um retrato-falado. O empresário havia dito que a Pajero blindada que dirigia tinha sofrido batidas fortes, feitas por outro veículo; que após as colisões as portas abriram-se automaticamente; houve travamento do câmbio; e ele foi obrigado a parar o carro.

O Instituto de Criminalística (IC) verificou que as batidas não foram fortes, não causaram a perda de controle do veículo e não houve destravamento automático das portas. A Pajero também não apresentou problema no sistema de transmissão.

Peritos do IC disseram que Gomes da Silva havia incorrido no que se chama de “contradição de laudo”. Isso significa que aquilo que a pessoa diz não pode ser comprovado pelo laudo técnico.

A verdade sobre o que realmente aconteceu naquela noite parecia estar perto de ser esclarecida quando um pastor entrou em contato com o senador Eduardo Su-plicy (PT-SP) e disse que teria uma fita, mostrando o arrebatamento.

O senador chegou a procurar o pastor no local, mas não o encontrou. Na semana passada, Suplicy disse que recebeu uma ligação afirmando que a fita tinha sido destruída.




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