Treze uruguaios, que foram deportados nesta quinta-feira para Montevidéu, garantiram que vão processar a companhia aérea brasileira Varig e o governo da Alemanha por "violência física, maus-tratos e abandono de seus filhos", após serem vítimas de um "verdadeiro calvário".

"Transformaram nossas férias no pior pesadelo, argumentando que a chegada à Europa era ilícita e que representávamos uma ameaça pública, quando, na realidade, estávamos com toda a documentação em dia, a caminho da Espanha", explicou Soledad Correa.

A turista contou que pretendia tomar o vôo 8714H da Varig, de 19 de junho, com destino a Madri, "mas o mesmo nunca partiu pelos problemas originados na companhia e nos embarcaram em outro, rumo a Frankfurt, convencidos de que lá poderíamos fazer escala".

Desde a aterrissagem em solo alemão, "tudo se transformou em um verdadeiro calvário. Fomos detidos durante um dia e meio pela Direção de Imigração, ficamos 24 horas sem comida, e deixaram meus filhos de 3, 6 e 9 anos abandonados, enquanto eu prestava declarações por sete horas", contou.

Soledad acrescentou que permaneceram incomunicáveis "em uma sala com espelho falso, na qual controlavam todos nossos passos, e eu tinha de ir ao banheiro com custódia masculina".

Ainda segundo ela, outros passageiros uruguaios integrantes do mesmo vôo "foram alvo de agressões físicas e tiveram até de ser hospitalizados".

"Para completar, queriam que pagássemos os honorários de um tradutor e pelas incômodos que lhes causamos, ameaçando tirar nosso dinheiro à força", denunciou ela.

Deportados pelas autoridades alemãs, os passageiros voltaram hoje em um vôo da Varig para o Rio de Janeiro, seguindo para Montevidéu, via Pluna.