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Enem aponta vantagem do 'aluno rico' sobre o 'aluno pobre'
Do Diário OnLine
13/07/2004 | 16:33
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Dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)/2003 apontam que os estudantes com acesso a melhores condições socioeconômicas têm desempenho superior em comparação aos alunos menos favorecidos. Os jovens que passaram por cursos de língua estrangeira, informática e pré-vestibular tiveram desempenho 17 pontos superior àqueles que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de usufruir das mesmas atividades extracurriculares - 62 a 45 (na média), dentro de uma escala de 0 a 100 pontos.

Impacto ainda maior no desempenho dos estudantes foi constatado nos dados referentes ao bem-estar residencial. Jovens que vivem em famílias com bens associados ao poder socioeconômico - como TV, computador, acesso à Internet, carro e telefone - chegaram a obter 22 pontos a mais do que aqueles desprovidos ou com pouco acesso a esses itens relacionados ao bem-estar - 63 a 41, na média

As condições oferecidas pela escola também pesaram no desempenho final do aluno. A média dos participantes que estudaram em instituições com melhor infra-estrutura foi de 55 pontos, sete acima dos estudantes de escolas menos providas.

A qualidade das instituições foi determinada pela avaliação que os alunos fizeram das condições das salas de aula, da biblioteca, dos laboratórios, do acesso a computadores e da segurança. Também foram considerados fatores como a iniciativa da escola, a atenção e o respeito dos funcionários, a realização de atividades culturais, respeito à liberdade de expressão e preocupação com os problemas pessoais e familiares.

Interesse - Além dos fatores materiais, o Enem apontou que o alunos interessados em leitura e em conhecer os temas da atualidade também levam vantagem.

O estudante inteirado nos acontecimentos da política nacional e internacional, da economia e nas questões sociais e ambientais teve 55 pontos, contra 46 daqueles que mostraram menos interesse. A associação da prova aos temas da atualidade ajuda a explicar o melhor desempenho dos 'antenados'.

Os alunos que lêem com freqüência jornais, revistas e livros tiveram, em média, sete pontos a mais que os colegas sem os mesmos hábitos de leitura: 53 a 46. A estrutura do Enem também ajuda os 'alunos-leitores', pois a formulação de questões com base em situações-problema e temas da atualidade reforça a importância da leitura na resolução da prova.

Os dados apresentados nesta terça-feira foram obtidos a partir do cruzamento dos resultados do Enem/2003 e das respostas dos participantes ao questionário socioeconômico. O estudo faz parte de um conjunto de indicadores relacionados às condições socioeconômicas dos alunos que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao MEC (Ministério da Educação), está elaborando.




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