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Polícia prende 14 pessoas em operação antiterrorista em Londres
Da AFP
02/09/2006 | 10:08
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A polícia britânica prendeu 14 pessoas na noite de sexta-feira em Londres e este sábado revistou uma escola islâmica no sudeste da Inglaterra, em uma operação antiterrorista executada três semanas depois da descoberta de um suposto complô contra aviões comerciais. Os homens foram detidos sob suspeita de cometer, preparar ou instigar atos terroristas, informou a Scotland Yard.

A polícia antiterrorista revistou neste sábado uma escola islâmica do leste de Sussex (sudeste), em uma ação relacionada à detenção das 14 pessoas na sexta-feira. Uma fonte ligada à investigação disse que a escola fica em Cats Hill.

A nova operação, sem relação com o complô desbaratado há três semanas, tampouco parece ter alguma ligação com os atentados contra os transportes públicos de Londres em 7 de julho de 2005, que deixaram 52 mortos e 700 feridos. "Estas detenções aconteceram depois de vários meses de vigilância e investigação, em uma operação conjunta entre o departamento antiterrorista e a unidade especial das forças de segurança, que suspeitavam do planejamento de atos de terrorismo", disse um porta-voz da polícia metropolitana.

As prisões foram realizadas em bairros das Zonas Sul e Leste da capital britânica. Os 14 detidos são homens e suas identidades não foram divulgadas. Todos foram interrogados na manhã deste sábado em uma delegacia do centro de Londres. Doze pessoas foram presas no restaurante de comida chinesa ‘Bridge To China’, na Zona Sul de Londres, sexta-feira à noite. O local tem uma clientela essencialmente muçulmana, pois serve comida "halal", ou seja com alimentos cozinhados segundo os preceitos do Islã.

"Foi surpreendente; de repente, muitos policiais chegaram. Eram mais de 50 ou 60. Entraram porque suspeitavam de certos clientes e falaram com eles. Interrogaram eles durante mais de uma hora, duas horas. Depois detiveram vários", contou à BBC o proprietário do restaurante, Madi Blyani.

A 13ª detenção aconteceu em outro restaurante da Zona Leste de Londres e a última em um local não divulgado. Além disso, outras duas pessoas foram detidas pela polícia de Manchester (noroeste) na madrugada de sexta-feira para sábado, em uma operação aparentemente diferente da realizada em Londres.

O ministro britânico do Interior, John Reid, anunciou ter sido plenamente informado do desenvolvimento da operação, executada em conjunto pelo departamento antiterrorista da Scotland Yard e a unidade especial das forças de segurança, com base na lei de combate ao terrorismo de 2000.

A ação foi realizada no momento em que as autoridades britânicas destacam o aumento da ameaça terrorista sobre o Reino Unido. "Nosso nível de informação está melhor", declarou à BBC Peter Clarke, chefe do departamento antiterrorista da Scotland Yard.

"A ameaça do terrorismo internacional não diminuiu: é elevada e permanente", advertiu em 17 de agosto Reid, em um comunicado conjunto com o colega francês, Nicolas Sarkozy. Ambos pediram o fortalecimento da luta contra o terrorismo com base em quatro preceitos: "prevenir, proteger, perseguir e reprimir".

Em um sinal do endurecimento da posição britânica, cinco suspeitos não indiciados na investigação do suposto complô aéreo desbaratado entraram na quinta-feira na quarta semana de prisão preventiva.

Esta é a primeira vez que uma detenção de suspeitos se prolonga durante tanto tempo desde a aprovação da lei, em novembro de 2005, que fixa em 28 dias a duração máxima das prisões preventivas em casos de terrorismo.

Quinze pessoas foram indiciadas na investigação do complô terrorista contra aviões comerciais descoberto há três semanas. Onze delas são acusadas de terem tentado embarcar explosivos a bordo de aviões comerciais que fariam viagens entre Londres e os Estados Unidos para detoná-los em pleno vôo.




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