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Shows do Skank em São Paulo vão virar DVD
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
28/03/2004 | 17:47
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O Skank registrou sua fase psicodelitrônica nos dois shows que realizou no último fim de semana, no Olympia, em São Paulo. As mais de cinco horas de gravação serão editadas e transformadas no próximo DVD da banda mineira, previsto para ser lançado em junho deste ano. A base é o novo álbum do grupo, Cosmotron, do qual foram cantadas nove músicas, inclusive o hit do momento Vou Deixar.

A receptividade do público paulistano foi um dos motivos para trazer a gravação para a cidade. Durante o show de sexta-feira, o vocalista Samuel Rosa falou sobre uma espécie de sintonia “entre a banda e o pessoal daqui”. O modelo da casa de espetáculos também contribuiu. “É a Bombonera paulistana. Vira um caldeirão quando o artista consegue contagiar o público”, afirmou o tecladista Henrique Portugal.

O Skank contagiou o público presente na gravação com os versos “Vou deixar a vida me levar...”, que faz parte da trilha da novela Da Cor do Pecado, da Rede Globo. Nesse momento o som da platéia foi ensurdecedor. Mas, houve também alguns instantes sonolentos na excessivamente extensa apresentação de 135 minutos de sexta-feira. No cômputo geral, o show empolgou.

Do último CD Cosmotron, os fãs pareciam estar em sintonia apenas com Vou Deixar e um pouco com Formato Mínimo. Para elevar o nível de adrenalina, a banda lançou mão dos sucessos É uma Partida de Futebol, Pacato Cidadão, Jackie Tequila, Garota Nacional, Balada do Amor Inabalável e Saideira. “Nossa essência é pop. É nossa verdade”, disse Portugal.

Mesmo com um pé atolado no pop, o Skank não faz só mais do mesmo. Sua música, mesmo que agrade em um disco, não fica estática. A banda está sempre apresentando um deslocamento gradual. Na atual turnê, por exemplo, abandonou metais e percussão. Foi beber na psicodelia dos anos 1960, encontrou-se com um rock mais orgânico, ao mesmo tempo que está aberta para sons inovadores. “A gente gosta de andar pra frente, mas às vezes chega-se a barreiras artísticas. Então, temos de retroceder, buscar referências lá atrás para depois avançar. Nesse trabalho, há psicodelia e coisas mais radicais”, afirmou o tecladista.

Portugal diz gostar da música eletrônica (“não aquela de boate”), enquanto Samuel Rosa prefere o rock mais antigo. Cosmotron faz uma ponte dos anos 1960 até 2020. Funciona bem.

Colorido – Assinado por Gringo Cardia, o cenário foi baseado em obras da artista plástica carioca Beatriz Milhazes. Bem colorido, conta com quatro telões em formato circular que reproduzem imagens abstratas em movimento. Pode render belas imagens para o vídeo, pois a gravação também servirá para um especial do canal por assinatura Multishow. O DVD, que sai pela Sony Music em junho, poderá ser incrementado com making of das gravações em estúdio do disco Cosmotron. “O Lelo (Zaneti, baixista do grupo) teve a idéia de deixar uma câmera ligada enquanto estávamos no estúdio. Essas imagens podem entrar no DVD”, disse Portugal.

O CD Cosmotron foi lançado em setembro do ano passado e já vendeu cerca de 150 mil cópias. Criado em 1991, em Belo Horizonte, o Skank tem sete álbuns gravados. Desde o início, é formado pelo mesmo quarteto Samuel, Portugal, Lelo e o baterista Haroldo Ferretti.




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