Economia Titulo São Caetano
Manifestação em terminal da Petrobras em S.Caetano é marcada por tumulto

Ato de sindicalistas, que fizeram piquete no local, foi reprimido pela Polícia Militar

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
06/11/2015 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Foi marcada por tumulto a manifestação realizada ontem pela manhã por trabalhadores petroleiros em frente ao terminal de distribuição de combustíveis da Petrobras em São Caetano, no bairro Prosperidade.

O ato começou às 7h, quando um grupo liderado por integrantes do Sindipetro (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo) se concentrou no portão do terminal, espalhando faixas de protesto e fazendo piquete para impedir a entrada de empregados que quisessem furar a greve da categoria, deflagrada no domingo e que chegou ontem a São Caetano.

A empresa, para tentar evitar que os trabalhadores fossem impedidos de ingressar no local, chamou a Polícia Militar. E quando uma van com cerca de 15 trabalhadores terceirizados ameaçou entrar, os manifestantes sentaram no chão na frente do portão. A iniciativa foi reprimida pelos policiais, que jogaram gás de pimenta nos grevistas e chegaram a deter três pessoas, levadas ao 2º DP de São Caetano e, mais tarde, liberadas.

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) – da qual faz parte o Sindipetro – protestou contra a ação da PM e os gestores da Petrobras. O coordenador da FUP, José Maria Rangel, disse que a reação da estatal não vai intimidar a categoria. A entidade informa que todas as refinarias e terminais já foram paralisados e, na Bacia de Campos, houve redução de 25% na produção de petróleo.

Segundo o diretor do Sindipetro Auzélio Alves, o terminal de São Caetano, que reúne cerca de 320 empregos (140 diretos e 180 indiretos), ficou funcionando ontem apenas com equipe formada por cinco operadores. Ele explicou que os indiretos, que seguem trabalhando, atuam apenas em áreas administrativas. Apesar do número reduzido na operação, Alves disse que não há risco de desabastecimento de combustíveis. “A população pode ficar tranquila, porque as equipes de contingência são mantidas para que isso não aconteça”, afirmou.

O dirigente acrescentou que a categoria vem ampliando, a cada dia, a mobilização em todo o País, e deverá ser feita “vigília” de trabalhadores tanto em frente à Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, quanto em São Caetano, nos próximos dias, para garantir a paralisação nesses locais.

A FUP ainda aguarda que a estatal chame a entidade para negociar suas reivindicações, que, por enquanto, não inclui a questão financeira de reajuste salarial. Estão focadas em pauta ‘política’: a luta contra a venda de ativos da companhia e a favor da recomposição do quadro de efetivos, após saída de cerca de 8.000 em PDV (Programa de Demissão Voluntária) neste ano.

A Petrobras informou que continua tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores.
 




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