O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional para a Energia Atômica), Mohamed ElBaradei, acusou neste domingo Israel de querer fazer "a lei com as próprias mãos" ao ter atacado uma instalação na Síria e pediu mais informações sobre essa agressão.
Nem Israel nem os Estados Unidos forneceram qualquer prova de que o local atacado no mês passado, na Síria, fosse um complexo nuclear secreto, afirmou ElBaradei a CNN.
"Isso é para mim muito triste porque temos um sistema. Se há países que têm informações sobre o fato de outro país estar trabalhando em um programa nuclear, devem recorrer a nós. Nós temos a autoridade para investigar isso", enfatizou.
"Bombardear primeiro e perguntar depois, acredito, enfraquece o sistema e não leva a nenhuma solução porque somos os olhos e os ouvidos da comunidade internacional".
Israel afirma ter atacado um objetivo militar na Síria, em 6 de setembro passado, mas não deu maiores detalhes, entre especulações de que podia se tratar de um local de armazenamento de material nuclear da Coréia do Norte.
ElBaradei disse que a Síria informou a ele que se tratava de um complexo militar que nada tinha a ver com armas nucleares.
Por fim, também falando à CNN, ElBaradei declarou que não existem provas indicando que o Irã esteja fabricando armas nucleares, apesar da retórica dos líderes americanos nesse sentido.
"Não recebi qualquer informação de que haja um programa ativo concreto de armas nucleares neste momento", afirmou diretor da AIEA à CNN, advertindo que as ameaças dos Estados Unidos só "jogam lenha na fogueira".
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