Política Titulo Editorial
Cuidado, frágil
Do Diário do Grande ABC
22/06/2018 | 13:52
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Ser idoso no Brasil é missão quase impossível. O período da vida que já foi chamado de ‘melhor idade’ é justamente aquele em que as pessoas mais necessitam de atenção. É quando a renda geralmente despenca e, em proporção contrária, elevam-se os gastos com medicamentos e planos de saúde, quando dá para pagar.

Os mais experientes, para aplicar expressão politicamente correta e não cravar ‘velhos’, ainda têm de adaptar-se a um mundo que não foi planejado para eles. Sofrem em ações simples do cotidiano, com calçadas malcuidadas, semáforos programados para mudar de cor em tempo rápido demais para que eles possam chegar à calçada contrária quando vão atravessar as ruas, desrespeito por parte de quem pensa que jamais também irá envelhecer e uma série de outros contratempos.

Muitos, em razão da crise, ainda se tornam o socorro da família. Os parcos reais que recebem de aposentadoria se transformam em empréstimo consignado para ajudar parentes a honrar compromissos que não tiveram como sanar. E aí se compromete um pouco mais do ordenado que só por meio de mágica teria condições de fazer frente ao volume de contas que se apresentam mensalmente.

E a tendência é que a cada dia mais cidadãos enfrentem tais dificuldades. Projeção da Fundação Seade estima que, em 2050 – que parece, mas não está tão longe assim –, um em cada três moradores do Grande ABC terá 60 anos ou mais. Já a ONU projeta que, no mesmo ano, a população mundial terá 32% de idosos, superando pela primeira vez na história o total de crianças.

Diante disso, qualquer iniciativa voltada para a população da terceira idade deve ser enaltecida. Ontem, a Prefeitura de São Bernardo inaugurou o seu primeiro centro de cuidados voltado a esse público. São pessoas que, por tudo o que produziram na vida, merecem ter qualidade de vida ao envelhecer. Ter atenção e assistência para encarar o passar dos anos com dignidade e altivez. 




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