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Vítima de figueira ainda tem problemas
Renan Fonseca
Fábio Munhoz
19/04/2011 | 07:31
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Andréa Iseki/DGABC


A morte da aposentada Leda da Silva Maubrigades, 68 anos, na quinta-feira, comoveu a ex-secretária Mirian Félix da Silva, 42. Ela também foi vítima, em dezembro de 2007, da queda de parte do tronco da figueira centenária no Parque Celso Daniel, em Santo André. Na ocasião, Mirian fraturou as pernas, e até hoje se locomove com auxílio de bengala e faz fisio e hidroterapia. Outras duas pessoas ficaram feridas no acidente.

"É algo que comove a gente, pois essa mulher foi vítima do mesmo tipo de acidente que nós. Muito triste", disse Mirian. "Gostaria de expressar todos os meus sentimentos para a família de dona Leda. Espero que alguma atitude seja tomada para evitar que essas tragédias aconteçam novamente."

Mirian relembrou que, no dia do acidente, ela estava caminhando pelo Parque Celso Daniel junto à mãe, que acabara de sair de um exame médico. "Moramos em São Paulo, mas naquele dia resolvemos fazer um passeio com meu filho", relatou. Na época, a criança tinha 8 anos e conseguiu correr e escapar do tronco que caiu.

A mãe, Maria da Silva, sofreu traumatismo craniano. "Minha mãe já se recuperou da fratura. Mas é difícil esquecer o acidente. O problema é que até hoje tenho dificuldades para andar. Isso é horrível", disse Mirian.

Dona Leda também passava pelo parque depois de ter saído de um consultório clínico. Ela estava acompanhada do filho, que não se machucou.

Depois do acidente, Mirian teve de deixar o emprego. "Tive de fazer duas cirurgias, que me obrigaram a sair da empresa onde trabalhei por mais de 20 anos. Até hoje não posso trabalhar", disse. Em 2008, ela ganhou na Justiça ação que obriga a Prefeitura a repassar mensalmente um salário-mínimo, além de arcar com despesas com medicação e transporte para as sessões de fisioterapia. "Ganhava mais de R$ 2.000 e agora recebo um salário-mínimo", reclamou.

UMA VEZ
Mirian relatou que um psicólogo da Prefeitura iniciou tratamento na residência. Porém, o atendimento durou apenas uma sessão. "Ele veio uma vez e sumiu, sem dar mais satisfações. Minha mãe precisava muito de acompanhamento psicológico, mas o psicólogo nem ligou mais", afirmou. Procurada, a Prefeitura ficou de comentar o assunto hoje.

 

Situação da árvore está indefinida

O Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) se reuniu ontem para discutir o futuro da figueira centenária do Parque Celso Daniel. No dia 14, um galho da árvore caiu sobre a cabeça da aposentada Leda da Silva Maubrigades, 68 anos, que morreu na hora.

O encontro, porém, não foi suficiente para definir o que será feito com a planta.

"Solicitamos ao DPAV (Departamento de Parques e Áreas Verdes) a apresentação de laudos técnicos isentos sobre a árvore. Não podemos tomar decisões sem esse embasamento", explicou o presidente do conselho, Márcio Bueno Fernandes. "Assim que tiver o laudo, o conselho pode autorizar a derrubada ou sugerir mudanças", acrescentou.

O presidente informou que o fato de a árvore ser tombada não impedia a realização de manutenção preventiva. "O tombamento não impede isso, mas a Prefeitura de Santo André precisa pedir autorização."

O DPAV foi procurado para falar sobre os laudos e divulgar prazos, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

Enquanto a situação não é definida, a área ao redor da árvore centenária permanece interditada.




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