Thierry Henry, que virou o grande líder da seleção francesa após a aposentadoria de Zinédine Zidane, ficará para a história como o maior goleador que os Bleus conheceram, ainda que sua imagem tenha ficado arranhada com o toque de mão que permitiu o empate da França na prorrogação contra a Irlanda (1 a 1), que acabou dando a vaga na Copa aos Bleus. O erro da arbitragem na repescagem das eliminatórias valeu ao capitão francês uma chuva de críticas em todo o planeta, e virou um pesadelo para "Titi".

De qualquer maneira, Thierry Henry jamais deixará de ser visto como um jogador fora do comum, maior artilheiro da história da seleção francesa, na frente de Michel Platini. Por sua dedicação à seleção de seu país, Henry recebeu suas recompensas. Foi campeão do Mundial de 1998 (e ainda chegou à final da Copa de 2006), venceu a Eurocopa de 2000 e a Copa das Confederações de 2003.

Mas também passou por desilusões inesquecíveis, como as eliminações nas primeiras fases do Mundial de 2002 (sem que a França conseguisse marcar um gol sequer) e da Euro 2008, além da queda nas quartas de final da Euro 2004.

Ainda que não tenha mais a mesma rapidez do início da carreira, o filho de Ulis, município na região metropolitana de Paris, tem mantido boas atuações como o grande líder francês, ele que cada vez chega mais perto do fim da carreira. Henry fará 33 anos às vésperas do Mundial de 2010.

A flecha (como chegou a ser chamado por cronistas e torcedores) apareceu na cena do futebol francês no Mônaco, aonde chegou aos 16 anos, para atuar nas categorias de base. No clube, ainda pegou o fim da carreira de seu ídolo na época, o brasileiro Sonny Anderson (como o atacante brasileiro, Henry também jogava com os meiões esticados até os joelhos), e jogou ao lado também de outro futuro bleu: David Trezeguet. No Mônaco, Henry foi campeão francês em 1997.

Da Juventus para o Arsenal

Dois anos depois, o artilheiro assinou por seis meses (janeiro a julho de 1999) com a Juventus de Turim. Certamente mal aconselhados, os dirigentes italianos acabaram liberando o atacante para o Arsenal de Londres, e logo devem ter se arrependido.

Nos oito anos seguintes, Henry teve atuações de sonhos e conquistou muitos títulos (2 campeonatos nacionais, 3 Copas, 3 Community Shields e 3 títulos de artilheiro do campeonato). Foi a época do atacante supersônico, que deixou o público do Highbury Park, antiga casa do Arsenal, aos seus pés. Só faltou a Liga dos Campeões da Europa para a festa ser completa, e foi quase. O Arsenal de Henry chegou pela primeira vez na sua história à final da competição em 2006, mas saiu derrotado pelo Barcelona, por 2 a 1.

A história de amor com os Gunners, onde Henry é o maior artilheiro de todos os tempos, terminou no fim de junho de 2007, quando ele foi contratado pelo Barcelona.

Na Espanha, Henry teve uma primeira temporada difícil. Recém-divorciado, com uma contusão nas costas e exilado no lado esquerdo do gramado, ele conheceu a primeira fase ruim de sua carreira. Com a tranquilidade habitual, sem se afobar, foi superando os problemas aos poucos e, mesmo que nunca tenha sido considerado titular absoluto, conseguiu ser uma das peças fundamentais do milionário elenco do Barça.

As coisas melhoraram bastante na temporada seguinte, com o título na Liga dos Campeões da Europa, o único grande troféu que faltava na sua galeria, junto com o Mundial de Clubes, que também foi conquistado no mesmo ano de 2009, o melhor da história do Barcelona, que ganhou ainda o Campeonato Espanhol, a Copa e a Supercopa da Espanha, além da Supercopa da Europa.

Na África do Sul, Thierry Henry terá a oportunidade de relegar ao esquecimento a polêmica sobre seu gol contra a Irlanda, se conseguir mostrar na Copa, novamente, porque é um dos maiores atacantes do planeta.

Ficha técnica

Thierry Henry (Atleta - Futebol)

País: França

Data de Nascimento: 17/08/1977

Lugar de Nascimento: Les Ulis (França)

Altura: 1,88 m

Peso: 83 kg

Posição: Atacante

Clubes: Les Ulis, INF Clairefontaine (1990-92), Versailles (1992-93), Mônaco (1993 - dez. 1998), Juventus de Turim (Itália/jan.-jul. 1999), Arsenal (Inglaterra/1999-07), Barcelona (Espanha/desde 2007)

Jogos pela seleção: 118

Gols pela seleção: 51 (recorde da França)

Primeiro jogo pela seleção: 11/10/1997, França - África do Sul (2-1)

Último jogo pela seleção: 03/03/2010, França-Espanha (0-2)

Primeiro gol pela seleção: 12/06/1998, França - África do Sul (3-0)

Último gol pela seleção: 14/09/2009, França-Áustria (3-1)

Carreira na seleção

Copa do Mundo: Campeão (1998) , vice-campeão (2006) e uma eliminação na primeira fase (2002) - 15 jogos, 6 gols

Eurocopa: Campeão (2000), uma eliminação nas quartas de final (2004) e outra na primeira fase(2008) - 11 jogos, 6 gols

Copa das Confederações: Campeão (2003)

Carreira em clubes:

Liga dos Campeões da Europa: Campeão (2009) e vice-campeão (2006)

Copa da Uefa: Vice-campeão (2000)

Supercopa da Europa: Campeão (2009)

Mundial de Clubes: Campeão (2009)

Campeonato Francês: Campeão (1997)

Troféu dos Campeões (Supercopa da França): Campeão (1997)

Campeonato Inglês: Bicampeão (2002, 2004)

Copa da Inglaterra: Tricampeão (2002, 2003, 2005)

Community Shields (Supercopa da Inglaterra): Tricampeão (1999, 2002, 2004)

Campeonato Espanhol: Campeão (2009)

Copa da Espanha: Campeão (2009)

Supercopa da Espanha: Campeão (2009)

Supercopa da Europa: Campeão (2009)

3 vezes artilheiro do Campeonato Inglês (2003/22 gols, 2005/30 gols, 2006/27 gols)