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Câmara acionará MP para afastar ligados ao fura-fila

Vereadores de Sto.André manifestam adesão a pedido para provocar medida contra a FUABC

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/05/2021 | 00:52
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Banco de Dados/DGABC


Parcela da Câmara de Santo André tem entendimento favorável a acionar o MP (Ministério Público) para solicitar o afastamento provisório dos oito profissionais de setores administrativos da FUABC (Fundação do ABC) envolvidos na denúncia de que foram favorecidos em esquema de fura-fila na vacinação contra a Covid-19. A indicação do pedido abrange também saída temporária da presidente da entidade, Adriana Berringer Stephan, até o encerramento das investigações instauradas pela promotoria e Polícia Civil em torno das supostas irregularidades para beneficiar funcionários que não se enquadravam no grupo prioritário.

Vereadores manifestaram ontem, publicamente, adesão a pedido para provocar medida efetiva por parte do MP, órgão que tem competência para requerer formalmente esse expediente. A decisão surgiu após ciência da resposta da Fundação a requerimento de informações, que, entre outros dados, questionava as justificativas sobre a relação de nomes inseridos na lista encaminhada à Prefeitura para receber doses de imunizantes. A Fundação nega ilegalidades no processo, alegando que os colaboradores incluídos no rol são considerados trabalhadores da saúde.

Renatinho do Conselho (Avante) foi o mais crítico na tribuna ao assegurar que vai oficializar a solicitação. “Sugiro (ao conjunto da Câmara) provocação ao MP para afastamento dessas oito pessoas que estão envolvidas no caso do fura-fila da Fundação, além da presidente, que está sendo conivente. Não dá para aceitar, é inadmissível. Enquanto oito furaram a fila, tem professores que precisam tomar (a vacina) para dar suas aulas”, disse o vereador. “Vou aguardar parecer dos demais (colegas) até quinta-feira (amanhã). Caso contrário, eu mesmo entrarei (sozinho).”

O vereador Eduardo Leite (PT) sinalizou que concorda com a iniciativa. “Cometeram, além de atitude antiética e imoral, ato de improbidade administrativa ao valer-se de sua função pública para obter vantagem indevida. A vantagem neste caso foi a vacinação fora do período em que essas pessoas deveriam ser vacinadas. Além da multa por terem furado a fila, praticaram ato de improbidade, incompatível com a função que elas exercem na Fundação.” O tucano Márcio Colombo também endossou a tese. “Acredito que pela questão ética e moral temos que pedir afastamento dessas pessoas até a conclusão do processo.”

Os oito funcionários estão alocados em postos de chefia, como recursos humanos, jurídico e finanças, além da diretora da central de convênios. A resposta da FUABC possui 136 páginas. Em uma das indagações, por exemplo, na qual é questionado se os nomes indicados realizam trabalho externo, a entidade citou que “todos os colaboradores mencionados na matéria veiculada no Diário estão à frente em suas áreas de projetos para o enfrentamento da pandemia, como ambulatórios e hospitais de campanha, em contato direto com ambientes com pacientes contaminados pela Covid, assim como com os profissionais de saúde que atuam na assistência aos casos suspeitos e confirmados da doença”. 




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