Clinton pretende reduzir a tensao nuclear entre India e Paquistao e estabelecer relaçoes de cordiais com a India depois de três décadas de desconfiança mútua. As relaçoes na regiao sao tao delicadas que Clinton hesitou muito antes de incluir o Paquistao no roteiro.
O presidente temia irritar os indianos e até setores do governo americano, que poderiam interpretar a visita como apoio ao regime militar do general Pervez Musharraf, no poder desde o golpe de outubro passado.
As consideraçoes estratégicas, entretanto, acabaram se sobrepondo aos riscos. Os americanos interpretaram que a visita a Islamabad era essencial para diminuir a tensao que existe entre o Paquistao e a India por causa de Caxemira. O território já provocou duas guerras entre os dois países, que dispoem de armas nucleares.
Durante a visita ao Paquistao, Clinton pretende abordar os temas do terrorismo e do retorno à democracia. Na semana passado o presidente americano admitiu que ``cometeu um erro' ao nao visitar o esse país e avisou que sua próxima visita ``nao será uma aprovaçao do golpe de Estado militar'.
Quanto à India, a visita a Nova Délhi representa uma virada para os americanos, tradicionalmente aliados do Paquistao. A visita de Clinton será a primeira de um presidente americano desde que Jimmy Carter esteve na India, há 22 anos.
Na opiniao do embaixador americano na India, Frank Wisner, ``uma nova geraçao se instala no poder e é a hora de definir uma nova visao. A India vai ser um elemento tao importante para o futuro da Asia e das relaçoes americanas quanto hoje é a China'.
Clinton deve ser inflexível na defesa dos princípios da diplomacia americana: respeito à democracia, desenvolvimento econômico, nao-proliferaçao nuclear, abertura do comércio e soluçao das crises diplomáticas antes que elas gerem conflitos.
A secretária de Estado, Madeleine Albright, que destacou a importância da nao-proliferaçao e avisou que ``sao necessários progressos significativos nesse terreno antes que a India e Estados Unidos possam realizar plenamente o vasto potencial de suas relaçoes'.
India e Paquistao resistiram às pressoes americanas e se recusaram a adotar o Tratado para a Proibiçao Completa de Testes Nucleares. Mas como o próprio Congresso americano também recusou o tratado Clinton fica em posiçao precária para pressionar outros países.
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