"A derrota contra a Argentina não nos atrapalha. Não dependíamos desse resultado. Temos de nos focar no jogo desta terça-feira, contra o Canadá, pois sabemos que também será uma partida difícil. Precisamos de três vitórias para ir à fase semifinal sem depender de outros resultados", analisou o técnico Lula Ferreira. "O importante é que só dependemos de nossas vitórias contra Canadá, Porto Rico e México para a classificação à semifinal", completou o pivô Anderson Varejão.
Bicampeões pan-americanos (Brasil) e vice-campeões mundiais (Argentina) fizeram um jogo duríssimo. Os arqui-rivais venceram apenas o 1º quarto: 25 a 19. A seleção brasileira ganhou os três períodos restantes (19 x 17, 18 x 17 e 18 x 17), mas não conseguiu tirar a diferença construída pelos argentinos no começo.
Na virada do 3º para o último quarto, com o placar desfavorável em 59 a 56, o Brasil voltou irreconhecível e passou mais de quatro minutos sem marcar sequer um ponto. Resultado: os argentinos abriram 12 tentos – maior diferença em toda a partida - e tiveram a vitória nas mãos. A seleção se reencontrou em quadra, cresceu e voltou a ter chances. Mas um descuido de marcação no último ataque argentino deixou Fabrício Oberto livre para marcar a cesta que determinou a vitória platina.
"Foi um jogo muito duro, perdemos nos detalhes. Começamos bem a partida, fazendo uma forte marcação defensiva e aproveitando os contra-ataques. Conseguimos manter o jogo equilibrado até o final do terceiro quarto. No último período, nós fizemos apenas dois pontos em seis minutos e meio e permitimos que os argentinos abrissem 12 pontos. Buscamos a reação, baixamos a diferença, mas o tempo acabou", comentou Varejão, cestinha da partida (16 pontos).
A pontaria dos adversários nos tiros de três pontos foi determinante: aproveitamento de 56% (nove acertos em 16 tentativas), contra 22% do Brasil (seis em 27). Andrés Nocioni, autor de 14 pontos, colocou as quatro bolas que arremessou atrás da linha. Leandro Palladino (13 pontos) converteu três dos quatro chutes. O melhor atirador brasileiro na partida foi Alex Ribeiro, com 50% de aproveitamento (dois em quatro).
"O time teve uma participação regular, com altos e baixos. Nosso ataque não foi muito bom, tivemos pouco aproveitamento nas bolas de três pontos. A equipe insistiu muito nessa bola e os argentinos souberam aproveitar os contra-ataques. No geral, nosso volume de jogo foi igual ao deles, principalmente nos rebotes", analisou Lula.
No duelo entre os jogadores que atuam na liga profissional dos Estados Unidos (NBA), o Brasil levou ampla vantagem. Os argentinos Emanuel Ginobili (San Antonio Spurs) e Pepe Sánchez (Golden State Warriors) marcaram 9 e 6 pontos, respectivamente – além de 4 e 6 rebotes. Os brasileiros Nenê Hilário (Denver Nuggets) e Leandrinho Barbosa (Phoenix Suns) marcaram 13 e 15 pontos, respectivamente. Nenê ainda pegou 11 rebotes, conseguindo o único 'double-double' (dígitos duplos em dois fundamentos) da partida.
Mais uma pedreira - Apesar de considerar a Argentina como adversário mais forte da segunda fase, a seleção brasileira não terá moleza contra o Canadá. "Vamos ter de fazer uma marcação forte e acertar os arremessos. Não podemos errar como aconteceu contra a Argentina", avisou Leandrinho.
"O Canadá era um time perigoso no Pan-Americano e agora está muito mais perigoso. Com a entrada do Steve Nash, que joga na NBA (Dallas Mavericks), cresceu o volume de jogo dos demais jogadores", comentou Lula. "O Brasil tem todas as condições de conseguir a vitória. Para isso é fundamental mantermos nosso padrão de jogo, ou seja, uma defesa forte, velocidade, contra-ataque e sempre buscar o melhor momento para o arremesso."
Outros resultados -
EUA 111 x 71 Canadá
Porto Rico 84 x 59 Venezuela
México 100 x 91 República Dominicana
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