Política Titulo Turbulência
Maranhão corre risco
de ser expulso do PSDB

Prefeito de Rio Grande, que vai votar em Dilma, é
cortejado por Paulinho, mas vira alvo no tucanato

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/07/2014 | 07:00
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Montagem/DGABC


A coordenação regional do PSDB entrou com pedido formal de expulsão partidária do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, filiado desde 2010 na legenda, e o tucano já recebeu convite para migrar para o PSD.

Único prefeito do PSDB no Grande ABC, Maranhão anunciou na semana passada que iria votar na presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição na corrida presidencial, o que revoltou líderes do PSDB. Ontem, ele foi convidado pelo secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, Paulinho Serra (PSD), cujo partido está na base aliada de Dilma.

“Sei do momento difícil pelo qual ele está passando. Vivenciei algo parecido no PSDB, quando o partido, sem nenhuma explicação, me tirou direito de ser candidato a prefeito (em 2012). O PSD está de portas abertas”, disse Paulinho, ex-tucano.

Ontem, o coordenador regional do PSDB, Márcio Canuto, protocolou pedido de exclusão do prefeito no diretório estadual do tucanato, em São Paulo, comandado pelo deputado federal Duarte Nogueira. O teor do requerimento aborda a contrariedade do grupo político com a postura do chefe do Executivo.

Na petição, Canuto solicita que Maranhão seja enquadrado no Conselho de Ética da sigla e também que haja intervenção no diretório municipal, chefiado por Luis Castillo Lopes. Para o coordenador, ligado ao PSDB de Mauá, o prefeito de Rio Grande “traiu o partido e, principalmente, o eleitorado”. “Perdeu a credibilidade. Foi desrespeito com o (próprio) eleitor dele. Porque muitos votaram nele por serem antiPT”, sustentou.

Canuto afirmou que a votação do atual prefeito é baseada no investimento feito pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em Rio Grande, especialmente no governo de Adler Kiko Teixeira (PSC), antecessor de Maranhão e ex-tucano. “Pouquíssimas vezes vi o prefeito em eventos do governador.”

Quando declarou voto para Dilma, o chefe do Executivo de Rio Grande salientou que “sua alma e seu coração eram vermelhos e que Dilma fez com que Brasília fosse mais próxima da cidade do que o Palácio dos Bandeirantes”. Para Canuto, ele é mau exemplo para a política. “É cara de pau em dizer que sempre foi vermelho. Não tem como ser petista se você é tucano”, frisou o coordenador.

O prefeito não quis comentar o assunto. Segundo sua assessoria, o tucano vai aguardar a notificação oficial do pedido.




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