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Putin adverte americanos sobre uma guerra longa no Iraque
Da AFP
06/10/2003 | 08:18
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que os Estados Unidos enfrentam a possibilidade de uma guerra prolongada, violenta e fútil no Iraque, como a encarada no passado pela União Soviética no Afeganistão.

Em entrevista concedida ao jornal The New York Times, Putin falou que o Iraque "pode voltar a ser um novo centro, um novo imã para todos os elementos destrutivos". Ele ainda disse que "um grande número de diferentes organizações terroristas" está se mobilizando dentro do Iraque desde à queda do regime de Saddam Husein.

Para o líder russo, o governo do presidente George W. Bush deve agir rapidamente para devolver a soberania aos iraquianos e garantir uma nova resolução das Nações Unidas definindo claramente quanto tempo mais as forças internacionais ficarão no país, escreveu o jornal.

"Como a população poderia tratar as forças que têm como nome oficial forças de ocupação?", questionou Putin. Segundo ele, os atos hostis contra os Estados Unidos são inevitáveis, a menos que sua ocupação receba a legitimidade internacional que está precisando neste momento.

Na entrevista, Putin destacou que as relações da Rússia com os Estados Unidos são próximas e francas. Ao mesmo tempo, porém, foi muito crítico em relação às queixas dos americanos sobre a Chechênia e à humilhante exigência de um novo visto para os cidadãos russos nos EUA.

Putin reconheceu que o povo tem razão de chamar o regime de Saddam Hussein de "criminoso", mas rechaçou a afirmação de Bush de que o líder iraquiano tinha vínculos com a militância islâmica internacional e o terrorismo.

Em contrapartida, disse, a invasão do Iraque criou um paraíso para os terroristas onde antes não existia. O governo de Saddam Hussein "lutou contra o fundamentalismo. Exterminou-os, prendeu-os ou enviou-os ao exílio", completou.

O presidente russo acredita que as "forças da coalizão ganharam dois inimigos com a guerra no Iraque, ambos restos do regime de Saddam, os que combateram com elas e os que elas combateram no passado, os fundamentalistas".




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