Política Titulo Peixeira
Pinheiro vai depor à polícia sobre ameaça

Inquérito apura agressão de Chico Bento a Pádua
Tortorello por derrota na Câmara de São Caetano

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
20/12/2014 | 07:00
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Montagem/DGABC


O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), será intimado pela Polícia Civil para depor sobre o caso de ameaça ilegal e cárcere privado do vereador Chico Bento (PP) ao ex-articulador político do Paço Antonio de Pádua Tortorello. Inquérito civil (4221/2014), instaurado na segunda-feira, determinou oitiva das cinco testemunhas relatadas pela vítima no BO (Boletim de Ocorrência, 5528/2014) em prazo de 30 dias, que poderá ser renovado pelo mesmo período.

Pinheiro externou anteontem sua versão sobre o caso e seguiu a mesma linha de nota publicada por Chico Bento. O peemedebista reconheceu que houve discussão acalorada entre os dois na terça-feira, na antiga sala de Pádua, sobre o resultado da eleição para a presidência da Câmara, na qual o progressista foi derrotado por Paulo Bottura (Pros). No entanto, o prefeito negou que o vereador tenha colocado peixeira no pescoço do ex-articulador político para forçar seu pedido de demissão sob ameaça de morte.

Chico Bento, em nota, classificou o episódio como armação política e disse que Pádua perdeu o controle quando ele citou conhecimento de informações que poderiam incriminá-lo no caso do empreiteiro José Cressoni – obras superfaturadas e lavagem de dinheiro no Palácio da Cerâmica. Pinheiro se negou a responder se considerava que seu ex-articulador político teria mentido e montado a situação.

O inquérito é conduzido no 1º DP (Santo Antônio) de São Caetano. As intimações às testemunhas para prestação de depoimentos devem ser expedidas na primeira semana de janeiro. Além de Pinheiro, estão relacionados no BO Eduardo Maldonado – assessor de Pádua que já falou à polícia –, o presidente da comissão de festejos, Wilson Caboclo, e duas funcionárias que assessoram o prefeito, Tereza e Vera. Com o depoimento de Maldonado e Pádua, duas pessoas já foram escutadas sobre a briga.

A investigação é obrigatória para denúncias de cárcere privado. “Mesmo que a vítima não quisesse, teríamos de investigar. Até se soubéssemos do caso pelo jornal e não houvesse BO, poderíamos abrir o inquérito. Vamos colher os depoimentos de todas as testemunhas. Se for necessário, chamaremos envolvidos citados nos depoimentos, referidas testemunhas. Quando encerrado, entregaremos o documento à Justiça”, explicou o delegado assistente Cristiano Luiz Ferreira.

CASO

De acordo com relato de Pádua, quando ele chegou para trabalhar na manhã de terça-feira foi informado por Caboclo que Chico Bento o aguardava em sua sala. O vereador, então, trancou a porta do local o acusou de ser um dos traidores que conspiraram para a vitória de Bottura em detrimento de sua candidatura. Disse que acabaria com todos os traidores, sacou a peixeira e a colocou em seu pescoço exigindo o pedido de exoneração. Em seguida, ainda de acordo com Pádua, ele e Pinheiro foram trancados por Chico Bento no gabinete.

A vitória de Chico Bento na disputa pela presidência do Legislativo era dada como certa até domingo à tarde, quando o ex-prefeito e atual secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), articulou adesão de três vereadores governistas ao projeto de Bottura. O pleito foi vencido por 11 votos a oito. 




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