A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não irá renovar o contrato com a Teleclear para monitoramento em tempo real das águas da Represa Billings. A estatal afirmou que durante os cinco anos em que a tecnologia foi utilizada formou um banco de dados sobre as variações na qualidade do reservatório e que as informações coletadas hoje pelo sistema de bóias seriam consideradas “previsíveis”.

Desde abril as bóias que fazem o monitoramento da Billings estão desativadas. Em seu lugar, técnicos da Sabesp passaram a fazer coletas manuais em pontos específicos da represa duas vezes por semana. Para  a gerente do Departamento de Controle da Qualidade da estatal, Ivana Wuo Pereira, a mudança não representa risco de piora na qualidade da água captada na represa.

“Durante o tratamento e, mais tarde, no fim do processo, quando a água está pronta para o abastecimento, fazemos o monitoramento de sua qualidade”, disse a gerente. O Ministério Público vai pedir um laudo para avaliar se as bóias são de fato dispensáveis. Caso o relatório aponte a necessidade do equipamento na represa, a Promotoria do Meio Ambiente deve obrigar a Sabesp a reutilizar a tecnologia na Billings.

O contrato entre a Sabesp e a Teleclear para o monitoramento em tempo real das águas da Billings venceu em dezembro. Na expectativa de que o acordo fosse renovado, a empresa teria mantido o serviço em operação até abril, quando as duas partes romperam em definitivo o vínculo. Nessa mesma data veio a público o relatório de uma sindicância interna feita pela Sabesp que apontava irregularidades no processo de licitação.