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Brasil no combate à pobreza menstrual
Do Diário do Grande ABC
10/10/2021 | 00:01
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A pobreza menstrual é realidade no Brasil, como vem comprovando pesquisas recentes de diferentes organizações. Uma delas, realizada pela Always (proteção feminina), mostra que uma em cada quatro alunas falta às aulas no período menstrual no País por não ter dinheiro para compra de absorventes. À medida em que organizações levantam dados de realidade pouco observada no Brasil, alguns municípios dão largada na corrida contra a desigualdade de gênero. Além de representar estímulo à defasagem no aprendizado, o problema também traz riscos à saúde física e mental. Estima-se que são 40 dias de aulas perdidas ao ano, além de constrangimentos que podem levar essas jovens à exclusão escolar. São Paulo, Recife e Maranhão são alguns entes da federação que criaram leis e políticas públicas para garantir a distribuição de absorventes para jovens em fase escolar.

No caso de Recife, por exemplo, existe o Ciclo do Cuidado, programa que, além de distribuir os absorventes, é voltado para a formação de educadores e para a compreensão das famílias sobre o tema. Pensando em política que abranja todo o Brasil, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) apresentou o PL (Projeto de Lei) 428/2020, que tem como base a distribuição de absorventes em espaços públicos, como UBSs (Unidades Básicas de Saúde), hospitais e estabelecimentos, respeitando as normas reguladoras. Em agosto, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 4.968/2019, da deputada Marília Arraes (PT-PE), que prevê a distribuição gratuita de absorventes para estudantes, mulheres em situação de vulnerabilidade e detidas. 

A pobreza menstrual é o conjunto de três fatores: a falta de acesso à informação sobre menstruação ou à educação menstrual; a falta de produtos menstruais, como absorventes; e a falta de infraestrutura de saneamento. Em relação à situação nas escolas, estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) aponta que 3% das estudantes não possuem banheiro em condição de uso, e 11,6% não têm papel higiênico disponível para utilização. Essa situação é que chamamos de ‘combo da pobreza menstrual’. Elas não têm acesso à aquisição do absorvente e não encontram infraestrutura nem na escola nem em casa para cuidar da sua saúde menstrual. Para mudar essa realidade, é necessário que municípios, Estados e governo federal trabalhem juntos para atacar a falta de acesso à informação, a produtos menstruais e à infraestrutura. A educação menstrual é fundamental tanto para as meninas quanto para os meninos, especialmente para quebrar tabus e preconceitos.

Stefania Molina é mestre em políticas públicas com foco em desigualdade de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e o impacto da educação na gravidez na adolescência. 

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Palavra do leitor

Mais seis!

Vi neste Diário que a Câmara de Santo André deu aval a projeto que visa aumentar o número de vereadores de 21 para 27 (Política, dia 24). Ou seja, no início da pandemia ventilou-se que poderia haver diminuição no salário deles para ajudar no combate ao vírus. Empurraram com a barriga até que, agora, vão aumentar a quantidade de sanguessugas e se aproveitar ainda mais do dinheiro público, dos escorchantes impostos pagos por nós, a parte sempre explorada. E isso em plena época de ‘vacas magras’, desemprego em alta, custo de vida nas alturas, pessoas passando necessidades, alta no índice de pobreza e tantas outras coisas ruins nesses tempos sombrios. Até quando suportaremos esse tipo de assalto a nossos já furados bolsos?

Sérgio Rivaldo Lembo
Santo André

Dois da turma

Pensando aqui com meus botões, cheguei à conclusão de que, se o eleitor de Bolsonaro não ficou sabendo de nenhum escândalo, de nenhuma denúncia de corrupção durante os últimos dias, pode procurar se informar melhor, porque, com certeza, está mau informado ou vivendo no espaço. A última – até a feitura deste texto – havia sido a de dois da turma dele, Paulo Guedes e um diretor do Bando Central, descobertos com empresas no Exterior, em paraísos fiscais, enquanto parte da população brasileira faz fila para pegar osso para fazer sopa e matar a fome. Agora é fácil entender por que Guedes dizia que o preço do dólar estava muito baixo.

Tânia Teixeira
São Bernardo

É cedo

Se a população já não se sentia obrigada a usar máscara e era bastante comum ver pelas ruas e comércios da região pessoas desrespeitando a regra, imaginem agora, que já se ventila a possibilidade de não ser mais obrigatório o uso (Setecidades, dia 6). Os mentores dessa ideia esquecem que a delta está aí, batendo à porta, louca para causar mais prejuízos ao País, inclusive com perda de vidas. Pode ser outro ‘tiro no pé’, com as cidades tendo de fechar tudo novamente por causa de afobação, porque, já que chegamos até aqui, não custa esperar mais um pouco, para que toda população esteja vacinada. É só pensar um pouquinho.

Carolina Garcia
Diadema

Mil dias

Precisamos lembrar os 1.000 dias do nosso querido presidente no mandato. Foram 1.000 dias de mais de 600 mil mortes por causa do negacionismo. São 1.000 dias em que ele e seus filhos levam o Brasil para o fundo do poço. São 1.000 dias de governo debochando da vida da população, que tanto sofre, com o vírus, com 14,6% do povo desempregado. Já são 1.000 dias em que o governo abandona 74% dos brasileiros endividados (Economia, dia 6). Já são 1.000 dias de luta desesperada contra a fome. São 1.000 dias em que só no Grande ABC, 745 mil pessoas estão inadimplentes, com contas em atraso e nome sujo. São 1.000 dias sem saúde, sem educação, sem moradia, com devastação, com mentiras. Enfim, já são 1.000 dias na escuridão. Chega!

Luana Delbonin
Ribeirão Pires




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