Cultura & Lazer Titulo Música
Jazz autoral, independente e livre de regras

Contrabaixista da região, Stefano Moliner lança ‘Miração’, seu primeiro disco autoral

Vinícius Castelli
17/09/2018 | 07:17
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Tabatha Mota/Divulgação


A música surgiu na vida de Stefano Moliner, contrabaixista e compositor de Santo André, no início dos anos 1980, quando sua mãe lhe deu de presente um disco da banda norte-americana Kiss. Ficou encantando. O que ele não imaginava é que aquele gesto mudaria sua vida para sempre. A partir daquele momento, a busca por outros caminhos na música foi natural. Conheceu rock progressivo e, tempos depois, o jazz de Jaco Pastorius (1951-1987) e de John Coltrane (1926-1967).

“Senti exatamente a mesma intensidade do rock, só que me parecia ser uma dimensão muito mais profunda, sombria, complexa, desafiadora, ainda mais intensa, urgente”, relata a respeito do jazz. Hoje, cerca de 35 anos depois de seu primeiro contato com o universo musical, Moliner, que atua como músico há 25, lança Miração (R$ 20, em média), seu primeiro disco autoral. O artista mostra o resultado do trabalho em show na quarta-feira, no Apostrophe’, em Santo André, a partir das 21h30.

O título, independente – e que contou com parceria da No Tie Produtora e patrocínio do Gambalaia Espaço de Artes e Convivência –, é ilustrado por seis temas instrumentais escritos por Moliner, que assina até a arte da capa do disco.

A ideia do álbum de jazz nasceu há cerca de um ano, quando um amigo do contrabaixista disse da importância de se ter o registro musical de uma época. De lá para cá, teve o processo de composição, arranjos, conceito, reunião de músicos, seleção de estúdio, ensaios, estudos. “Estamos tocando estes temas em trio semanalmente em vários espaços que nos possibilitam, como o Apostrophe’ e o Gambalaia (ambos na região). Este processo foi imprescindível para a maturação e aumento de intimidade com as músicas”, explica o músico.

Para o registro da empreitada, Moliner contou com o empenho de Eliezer Ignácio (guitarra), Ivan de Castro (bateria), Thomaz Souza (saxofone), Cássio Ferreira (saxofone), Lucas Macedo (saxofone) e Saulo Martins (piano). “Gravamos ao vivo em 16 horas. A maioria dos temas foi gravado no máximo no segundo take”, explica.

Com arranjos preciosos e caminhos improváveis, muitas vezes, as faixas de Miração são livres e apresentam as diversas influências do contrabaixista, desde Hermeto Pascoal, o saxofonista Wayne Shorter, Chico Buarque, Led Zeppelin e até de pintores como Cândido Portinari e Salvador Dalí.

Moliner se deu conta que, sendo este um produto absolutamente independente, poderia fazer o que bem quisesse. “Este foi um insight que me abriu um abismo enorme possibilidades e me trouxe algumas obrigatoriedades éticas; veio-me na mente meu professor de pintura falando: ‘arte é a busca do novo, mesmo que nunca o encontre’; e também tive como diretriz ser o mais honesto e translúcido possível com toda minha história, artística e musical”.

Stefano Moliner – Música. No Apostrophe’ – Rua Coronel Ortiz, 290, em Santo André. Na quarta-feira, a partir das 21h30. Entrada gratuita.  




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