Os preparativos do tradicional almoço de Natal da família Lemes, em São Bernardo, estão a todo vapor. Mesmo com a crise econômica que o País tem enfrentado, mais de 2.000 doadores colaboraram para a realização da festa. A expectativa é a de que, neste ano, a ceia receba 5.000 pessoas.

Há 19 anos a ação social desenvolvida pela família Lemes é conhecida por moradores da região, principalmente do Parque São Bernardo, onde está localizada a residência de Maria Aparecida do Rosário Lemes, a dona Cotinha, 91 anos. O imóvel </CF>fica de portas abertas para receber interessados em conhecer ou ajudar o trabalho, que fornece refeições a moradores de rua e famílias carentes diariamente.

Neste ano, o cardápio do almoço natalino terá arroz, feijão, frango, carne assada, macarrão e farofa. Como sobremesa, melancia e o já tradicional bolo recheado fazem a alegria da criançada. Ao todo, 40 integrantes da família e cerca de 70 voluntários devem passar a véspera do Natal na cozinha para preparar tudo nos mínimos detalhes. Como o objetivo dos Lemes é cuidar de quem precisa, nada é perdido, e o alimento que não é utilizado para o preparo do almoço é doado à população em cestas básicas.

Para que tudo dê certo, as doações começaram a ser recebidas em outubro. Mas os donativos são aceitos até um dia antes do Natal. Além de mantimentos, a família recebe dinheiro e brinquedos (que as crianças ganham de presente na festa).
Dona Cotinha é responsável por supervisionar o trabalho da família. O filho mais velho, Benedito da Silva Lemes, o Ditinho da Congada, 65, fala orgulhoso sobre a mãe. “Sem ela não dá. Esse projeto jamais funcionaria sem o olhar da famosa dona Cotinha. Ela abre as panelas, dá ordens. E se alguém fala para ela descansar, ela fica brava.”

Para Ditinho, o mais gratificante é ver que a família está dando continuidade ao trabalho que a mãe começou. “Os meus netos mais novos, toda família vai abraçando a ideia. Temos a expectativa de manter por uns 30 anos, pelo menos, esses almoços de Natal. O melhor de tudo isso é mostrar à população que ainda há pessoas do bem, e essas são a maioria.”