A classificação do pequeno Togo é uma das maiores surpresas da Copa do Mundo de 2006, entre outras coisas porque o capitão da equipe, Jean-Paul Yaovi Abalo (Apoel de Nicósia - Chipre), jogava até bem pouco tempo em um time da quarta divisão do futebol francês: o Dunkerque.
Até então, essa nação do oeste da África só havia se classificado cinco vezes para a Copa Africana de Nações (CAN), sem nunca ter brilhado na competição.
Mas o país surpreendeu nas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo, deixando para trás Senegal, Zâmbia e Mali, com sete vitórias, dois empates e uma derrota (20 gols pró e oito contra). A campanha vitoriosa foi comandada pelo técnico nigeriano Stephen Keshi, que assumiu a equipe em abril de 2004.
Capitão da seleção nigeriana campeã da CAN-1994, Keshi apostou nos veteranos para classificar Togo.
Kader Coubadja, Cherif Touré e Kossi Agassa, que haviam se aposentado da seleção por desorganização, aceitaram retornar. Além disso, o treinador convenceu os jogadores nascidos na Nigéria Emmanuel Adebayor e Adekambi Olufade a representarem Togo.
Os bons resultados apareceram depois que Keshi injetou confiança no time e implementou um esquema tático ofensivo.
Durante a euforia da classificação, Keshi recebeu o prestigiado prêmio doméstico Oficial da Ordem de Mono, tornando-se um dos homens mais populares do país.
Mas a CAN-2006 mostrou a realidade. Foram três derrotas seguidas, apenas dois gols feitos e sete sofridos, além de uma discussão acirrada e pública entre o treinador e o atacante Emmanuel Adebayor, que fez 11 gols nas eliminatórias e é endeusado no Togo.
Quatro meses antes da Copa do Mundo, Togo ficou órfão de seu mentor. Stephen Keshi não agüentou a pressão e deixou a equipe. Vários substitutos foram cogitados, mas o cargo ficou com o alemão Otto Pfister.
Muitos jogadores de Togo atuam na Europa, sobretudo na França, Bélgica, Áustria e Inglaterra, apesar de disputaram as divisões inferiores. Contudo, parte da equipe nunca deixou o continente africano.
Nessas condições, o quarto lugar é o resultado mais provável de Togo num grupo que reúne França, Suíça e Coréia do Sul.