Hino trocado, malas furtadas, cerimônia de abertura esvaziada e desfalques de alguns dos principais atletas das Américas. É desta forma, conturbada, que começa oficialmente hoje a 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos, que serão realizados em Toronto, no Canadá. No total, serão 61 mil atletas de 41 países atrás de medalhas em 52 modalidades.

A cerimônia de abertura, às 21h (de Brasília), é vista pelos organizadores como o trunfo para convencer os moradores de Toronto de que vale a pena receber a competição. A população se mostra contra a realização do evento por diversos fatores. Além de piorar o trânsito que já era caótico, foram investidos US$ 2,5 bilhões canadenses, ou cerca de R$ 6,2 bilhões – sendo a edição mais cara da história.

O reflexo da rejeição da população está na venda abaixo do esperado de ingressos. As primeiras competições de polo aquático, realizadas nesta semana, antes da cerimônia de abertura, tiveram apenas 200 pessoas na arquibancada.

Hoje, na abertura, porém, o público pode ser grandioso. Cerca de 50 mil pessoas devem estar no Rogers Centre para assistir ao espetáculo organizado pelo Cirque du Soleil, conceituada companhia circense do Canadá, que terá a participação do brasileiro Wellington Lima.

Como em todos os eventos deste porte, os detalhes foram mantidos em sigilo, mas moradores de Toronto viram, em maio, paraquedista saltando da CN Tower, torre mais alta da América com 553,30 metros, em direção ao Rogers Centre.

A delegação brasileira que participará do tradicional desfile será menor do que a de costume. Apesar de contar com 590 atletas no Pan – sendo 49 representando o Grande ABC –, nem metade deve estar no evento por recomendação do COB (Comitê Olímpico do Brasil), preocupado com as competições que serão realizadas amanhã.

O responsável por carregar a bandeira do Brasil será o nadador Thiago Pereira, que é o brasileiro com o maior número de ouros na competição (12).

Um dos desfalques na abertura será uma das estrelas da delegação, o ginasta de São Caetano, Arthur Zanetti. “Das grandes competições que participei, a única em que estive na cerimônia foi nos Jogos Sul-Americanos de 2014, quando fui porta-bandeira. Isso acontece porque as provas da ginástica são no primeiro dia. Mas não tem problema nenhum. Seria mesmo cansativo”, avaliou o campeão olímpico nas argolas, lembrando que as disputas começam às 15h30 (de Brasília).