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Candidato defende menos cidades
Diego Sartorato
Especial para o Diário
01/09/2006 | 23:23
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Extinguir pelo menos 2,3 mil municípios brasileiros, três deles no Grande ABC: Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Esse é um dos objetivos do candidato a deputado federal Marcos Gonçalves (PV), cujo mote de campanha é uma reforma profunda no modelo político do país. “Mais de 2,3 mil municípios brasileiros não se sustentam. Eles foram criados, a uma média de 300 ao ano, para atender a interesses pessoais de políticos que não conseguiam se eleger e criaram suas próprias cidades”, afirma Gonçalves.

Para a região, o fim dessas cidades “excedentes” significaria sumir com, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. “O MRR está sempre endividado, é inviável. Podia-se acabar com essas cidades e montar uma só. Esse novo município teria uma forte vocação turística. É como as empresas, que se aglomeram para aumentar a produtividade e a competitividade. Seria o Grande ABC com cinco cidades e uma grande estância turística”, resume o candidato. A mudança incluiria também um pedaço de Santo André. Gonçalves acredita que o distrito de Paranapiacaba também deveria ser incorporado a esse novo município.

“Seria o primeiro passo para uma nova organização política. Esses cinco municípios que restariam teriam que necessariamente fazer um trabalho regional de fato. Hoje isso está só na falácia. A única saída para o país é desenvolver o regional”, propõe. A idéia do candidato é que todos as cidades tenham um Consórcio Intermunicipal como o do Grande ABC, mas ainda mais representativo. “A verba seria federal, por exemplo. Lutarei para que só possa ser distribuída regionalmente, e não mais cidade por cidade. Hospitais, universidades, coleta de lixo, tudo tem de ser administrado regionalmente”.

Outra medida que Gonçalves defende para aumentar a representatividade regional é mudar a proporcionalidade das cadeiras na Câmara dos Deputados, em Brasília. “Em São Paulo, o candidato precisa de uma infinidade de votos para se eleger. Já no Amapá, Rondônia, Acre, Estados muito pequenos, o candidato precisa de 5 mil votos. Isso gera uma disparidade”.

Ele acredita que a região poderia ter muito mais deputados federais e estaduais se houvesse mais vagas para o Estado de São Paulo em Brasília. “O grande ABC, por exemplo, tem mais eleitores que 11 estados brasileiros. A região poderia ter 10 deputados federais e entre 15 e 18 estaduais”, compara.

Parlamentarismo – A nível federal, a reforma desejada pelo candidato é a implementação de uma República parlamentarista no Brasil. “O parlamentarismo é a única saída para o país. Enquanto um primeiro-ministro cuida da administração do país, o presidente pode vender o país lá fora. O Lula está certo em viajar tanto, mas falta a figura do primeiro-ministro”. Ele garante que teria o apoio de qualquer um dos atuais presidenciáveis para implantar o modelo. “Isso só nunca foi feito porque faltou o momento. Poderíamos até fazer um novo plebiscito, como em 1993”. (Supervisão de Lola Nicolás)




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