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Assunção diz que falta de treino fez diminuir gols de bola parada

Especialista na função, ex-atleta afirma que atuais batedores se preparam menos e exalta o Verdão

Dérek Bittencourt
19/12/2016 | 07:45
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Foram 21 anos de carreira, experiências internacionais, títulos pelo Brasil e no mundo e uma característica principal: cobrar faltas com maestria. Aos 40 anos, Marcos Assunção encerrou definitivamente a carreira no primeiro semestre desta temporada, após passagem curta pelo Sampaio Corrêa, mas segue como uma das últimas referências entre os atletas que tornavam os lances de bolas paradas em grande e real expectativa de gol.

Não à tôa o ex-atleta recebeu, nos tempos de Palmeiras, o apelido de Marcos Perfeição. E por aquilo que ele próprio diz, vai ser difícil alguém receber alcunha ao menos similar. Isso porque Marcos Assunção foi bastante direto quando questionado sobre a falta de bons cobradores de faltas na atualidade.<EM>

“Falta treinamento. Não só eu como todos os grandes batedores treinamos muito para chegar quase à perfeição. Hoje, os jogadores não treinam tanto quanto eu e os bons batedores. Por isso a média de gols de bola parada caiu muito”, apontou o ex-meia que, por onde passou – Santos, Flamengo, Roma, Bétis, Al-Ahli, Al-Shabab, Grêmio Prudente, o próprio Palmeiras e outros – fez gols desta maneira.

Em visita a Santo André recentemente para jantar com torcedores palmeirenses – que o exaltaram desde a chegada ao restaurante –, o ex-jogador se declarou ao clube, o qual afirmou ter maior vínculo dentre todos que defendeu. “Só tenho a agradecer todas essas pessoas, os torcedores. Joguei em grandes times, mas a verdade é que o clube que mais me identifiquei foi o Palmeiras. Esses torcedores sabem o tanto que lutei. Cheguei com 32 anos e sempre falando que tinha de ganhar um título para eles, porque era muito importante, um clube muito especial. Muitos achavam que eu estava velho, mas sempre me cuidei na vida e tinha de dar título por terem confiança em mim. Conseguimos conquistar título tão importante como foi a Copa do Brasil”, relembrou.

E tal identificação o faz ter opinião um tanto quanto polêmica. Segundo Marcos Assunção, a torcida do Verdão é tão ou mais apaixonada do que as de Corinthians e Flamengo. Ele, inclusive, crê que os três times têm números similares de torcedores. “O Palmeiras é clube especial, que tenho respeito e carinho grande por tudo o que passei e vivi lá. Falam de Corinthians e Flamengo, mas acho que a torcida do Palmeiras é muito apaixonada, gosta muito do clube, gosta de ver o time em campo, ir ao estádio e prestigiar. Onde fui jogar tinha torcedores do Palmeiras. Acho que se fizeram a conta direitinho está junto com Corinthians e com o Flamengo em número de torcedores.”

Atualmente, Marcos Assunção se dedica aos estudos e participa de jogos beneficentes ou de confraternização. Amanhã mesmo estará em Diadema para o Jogo da Paz, do atacante Neilton, do Botafogo. Retornar aos campos profissionalmente? Não. Voltar ao Palmeiras? Só se for em outro cargo. “Só em outra função. Jogador não mais. Parei. A partir do momento que dei ponto final, foi de verdade. Estou focado em estudar, fazendo curso de gestão esportiva para voltar ao futebol, mas não como jogador, como gerente ou diretor. Para isso, só ter sido jogador não é suficiente, não é tão importante quanto estudar e jogar. Ter as duas coisas é muito melhor, mais fácil, aprende coisas de fora do futebol. Isso que é importante”, concluiu. 




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