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Bush precisa da Europa para deter o poderio militar chinês
Da AFP
21/02/2005 | 20:56
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O presidente George W. Bush tentará, provavelmente, durante sua visita à Europa nesta semana buscar apoio para sua política destinada a conter o poderio militar chinês, estimam os analistas.

George W. Bush iniciou nesta segunda-feira, em Bruxelas, uma visita de quatro dias à Europa, na qual procura restabelecer os vínculos depois de dois anos de tensões, ligadas à guerra do Iraque.

A visita do presidente Bush se produz depois do comunicado conjunto dos Estados Unidos e do Japão no sábado no qual consideraram o estreito de Taiwan um "objetivo estratégico comum" ante a ameaça de Pequim de invadir a ilha, se esta declarar sua independência. O comunicado exigiu, além disso, que Pequim desse mais provas de sua transparência no domínio militar.

Enquanto isto, a UE (União Européia) se aproxima dia a dia de um levantamento do embargo de armas à China, imposto em 1989 depois do massacre de Tiananmen, a Praça Celestial.

Os Estados Unidos acreditam que a retomada da venda de armas européias à China permitiria ao regime comunista dotar-se de sistemas de alta tecnologia que poderiam gerar o apoio americano a Taiwan, explicou o vice-diretor do Centro Internacional de Avaliação e Estratégia Richard Fischer,em Washington.

"Embora Japão e Estados Unidos comecem a considerar seriamente a preparação de uma guerra no Estreito de Taiwan, a proposta dos europeus que permitiria à ditadura (chinesa) eliminar a democracia (em Taiwan) lhes parece insuportável", afirmou Fischer.

"Embora se consiga um compromisso entre os Estados Unidos e a Europa sobre um código relacionado à venda de armas, um aumento dessas vendas ajudará na modernização do EPL(Exército Popular de Libertação)", acrescentou Fischer.

Se até o presente a China contou sobretudo com a Rússia para modernizar seu arsenal, gastando dezenas de milhares de milhões de dólares no começo da década de 90, há muita tecnologia que a China gostaria de conseguir junto aos europeus, anunciou Ellis Joffee, especialista da APL em Israel.

"Sem o acesso à tecnologia européia, a capacidade de defesa da China poderá ser considerada pobre", afirmou por sua vez o especialista americano em militarismo chinês,
David Shambaugh.

"Todos os técnicos da APL nos Estados Unidos concordam que, exceto algumas exceções (como os mísseis balísticos e os sistemas teleguiados de mísseis), as armas convencionais fabricadas na China têm de 10 a 20 anos de atraso", precisou Shambaugh.




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